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DA LEITORA VALÉRIA ALBUQUERQUE, MINHA SOBRINHA E COMADRE:
Valéria Albuquerque
Muito bacana resgatar as histórias de nossos antepassados. O senhor com a escrita, o Mauricio com os videos, e a história de nossa família sendo eternizada. Parabéns!
DA MADRE SUPERIORA TERESA CRISTINA:
Madre Superiora Teresa Cristina
Raimundo Floriano, meu primo, você é uma história de amor e paixão pelo Piauí, em especial, Floriano. Foi nela que sua imaginação criou asas, suas amizades se fortaleceram, seus sonhos a ganhar alegrias e visitar o imaginário infantil. Imaginário que até hoje você nos traz, quer em uma prosa na esquina, ou no domingo após a Missa, ou antes dela, nas brincadeiras de rua, no encontro com todos os personagens um dia tão reais. Ah! Mas as receitas e as iguarias da casa de Maria Isaura, a Marisaura. As brincadeiras com os primos (quantos primos!), a moedinha do tio Joãozinho, os apelidos, os hábitos e costumes que estão enraizados e costurados em seu coração. Do coração para o pensamento e as palavras, quantos livros e pesquisas, além da memória privilegiada em que guardou a querida Floriano. Comecei a gostar desta história toda, já lhe relatei inúmeras vezes!! A província da Manga, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, a Colônia de São Pedro Alcântara até o município Floriano, homenagem ao “Marechal de Ferro”, Floriano Peixoto . É bonita a história da Princesa do Sul, província do Piauí, Portão de Entrada para o Sul e Sudeste do Piauí! Das Sesmarias, à forte influência dos padres jesuítas e ao #sequestro, por governador, das fazendas e delimitação de áreas, Floriano se desenvolve e ganha sua autonomia administrativa. Um povoado que cresce e para onde vêm os sertanejos em busca de trabalho e fazendeiros para a criação de gado. Sim, a criação de gados, centro de expansão da pecuária do Piauí. Estava em franco avanço o projeto da Colônia Rural, em cuja frente se encontrava Francisco Parentes, primeiro agrônomo do Piauí, formado na França, para estudar, minuciosamente, em trabalho solicitado pelo Ministério da Agricultura do Brasil, as condições de criação de gado bovino no Piauí. O município de Floriano situa-se por entre os primeiros lugares da criação de gado no referido Estado. Neste árduo e profícuo trabalho , na Fazenda do Brejo, de onde todos nós viemos, Cap Pedro José da Silva também se empenhou neste labor no qual tão bem se desenvolveu. Criou e educou seus filhos, dezenove!!! Dois do primeiro casamento e dezessete do segundo. Parabéns! Um viva, Isaura ! Ainda assim , não deixou de ter sua casa na cidade de Floriano para que os filhos estudassem. Um homem de vanguarda! E ainda hoje Floriano se destaca como polo Educacional significativo e atividades comerciais. As Escolas das Colônias, do princípio de sua emancipação, atendiam aos filhos dos escravos libertos, de ambos os sexos . Nelas se aprendia , além dos ensinos tradicionais das letras, música, ofícios de mecânico e curtume, dentre outros trabalhos para estes jovens. A Fazenda do Brejo tinha um campo experimental agrícola. Bem! Voltemos à criação de gado. Bovinos vindos de Cabo Verde! Era nesta sistemática vida que nossos “florianenses da gema" puderam estudar e se aperfeiçoar nos trabalhos que realizariam . Raimundo Floriano faz especial referência à ONDINA. Casada, com três filhos de seu casamento e uma sobrinha Flory, filha de sua irmã Evarista, que tão jovem deixou este mundo. Flory Educadora ! Grande pessoa ! Ondina seguiu seu rumo, também permeado pela tristeza de perder um filho tão jovem vítima de afogamento. MARIA ISAURA, outra filha de Cap Pedro que, ao lado da mãe, após a morte de seu pai, foi incansável no ajudar a criar os irmãos mais novos, receber os sobrinhos que tanto amou e dela guardam excelentes lembranças. Funcionária dos Correios até se aposentar, não se descuidava de um atento olhar ao comportamento de irmãos e sobrinhos. Era rígida e de posturas definidas, o que não lhe retirou a afeição e o contínuo amor por todos eles. Inesquecível! Pitoresco é saber que, pelo fato de não haver se casado, não queria ser chamada de tia!! Ótimo!! Adorei! Soube, sem “fonte científica” que me possa confirmar, primo Raimundo Floriano, que houve um pretendente mais significativo e que mexeu com o coração dela. Não sei se por alguma discordância de seu irmão com o escolhido por ela, decidiu-se então não se casar com ninguém. Considero bonita esta atenção que os irmãos prestavam no zelar pelo melhor para suas irmãs. Ao que soube, também o Cap Pedro teria concordado com a postura de seu filho, fiel e cuidadoso no tratar seus irmãos. Devia ter suas razões! Criou dois filhos de sua irmã Evarista (uma estava com Ondina). Pedro Maranhense Costa (esse eu conheci e com ele convivi bastante. Adorável pessoa assim como sua esposa (Diquinha) e Albertina, uma menina doente e tratada com extremado carinho por Marisaura, a Maria Isaura. Nobres valores! JÚLIA, outra florianense da gema. Casada, teve filhos, e três deles se criaram: Antônio, Magnólia e Nilton. Criados com a mãe na Fazenda do Brejo ao lado dos pais de Júlia. Florista, prendada nas artes, mulher trabalhadeira! Soube que seus filhos, Magnólia e Antônio, são um capítulo à parte quando se fala em bondade, desprendimento, amor ao próximo, generosidade com os menos favorecidos! Uma vida de ternura e olhar as pessoas com carinho e nunca repreensão ou julgamento. Histórias que me fazem saudosa só por conhecê-las primo Raimundo! JOÃO CLÍMACO, o mais novo dos filhos do Cap Pedro. Também participou da educação e cuidado aos irmãos mais novos quando da morte do pai. Casado, teve quatro filhos. Um homem com paixão e domínio das águas fluviais. Além de seu Vapor e Barco, deslizava pelos rios Parnaíba e Balsas, todos os navegáveis, com a sabedoria de Poseidon ou Netuno, tamanha a alegria em desvendar e transitar como atividade profissional de que tanto gostava. Pensei até no filme, primo Raimundo Floriano, FITZCARRALDO! Que bravio o desejo de fazer uma Sinfonia das Águas, olhar o pôr do sol ou os arrebóis das manhãs, no timão, a conduzir sua embarcação e trazer, prover às cidades, dos gêneros de necessidade, além de outros quereres das pessoas. Penso nele e vejo a figura calma de quem enfrentou bravias procelas mas das águas não se amedrontou. Primo Raimundo Floriano, meu comentário sobre meus tios-avôs e tias avós! Peço desculpas por trabalhar apenas com memórias de outros para mim. Escrever não é fácil. Ousar escrever vivências por lembranças, é para ser perdoada!!! O que acha o Cardeal da Igreja Sertaneja, aquele que tanto se implica com celular e que, ao ganhar um de presente, esqueceu na Academia onde malha?! Não registrou, em sua prodigiosa memória, o aparelho, dispositivo móvel tão bom!!! FLORIANO: Labor Signum Nostrum Est. O Trabalho é o Nosso Lema! Salve São Pedro de Alcântar , Padroeiro da cidade. Que abençoe seus filhos que já partiram e os seus descendentes que lá vivem e os que se dispersaram pelo mundo. Teresa Cristina da Silva Néto. 22 de agosto de 2020