MEUS APELIDOS
Paulo Azevedo
Não conheço ninguém com mais apelidos do que eu. Vai desde "Cabeça de laje" até "Arco do triunfo”, passando por "Anão que cresceu" até chegar a "Alicateeeeee", não esquecendo "Centauro" e "Bode Velho" (esse dado pela família em virtude da minha forma ranzinza).
Dizem que sou o primeiro cara que faz autobullying. Devo isso aos meus pais, que incutiram em mim a visão de que ninguém é melhor ou pior que ninguém, todo mundo tem um medo, uma vergonha, uma virtude.
Me preocupo muito que nossas crianças sejam criadas e educadas por uma geração de pais "Mimi", pais chatos e politicamente corretos, claro, quando interessa. Bullying existe? Claro, e é perigoso e cruel, há crianças cruéis.
E os pais? Somos inseguros e contaminamos nossas crianças com nossos medos, somos péssimos educadores, não criamos os filhos para o mundo, criamos para nossa redoma, e quando a redoma se abrir, eles não saberão voar por asas próprias. Acho que o maior e pior bullying começa em casa: Filha, você está gorda; Filho: você é idiota... E assim vai!
Tinha esquecido: também tenho alcunhas de filósofo, mestre e guru. Bom, esses apelidos me contagiam tanto quanto os outros, afinal de contas não sou nada disso nem daquilo. Sou apenas um agradecido à vida.