Minha mãe, extremamente católica por tradição familiar e por crença própria, colocou Francisco como meu nome, em homenagem ao Santo de Assis, a quem, no futuro, adotei como protetor. Achou pouco e convocou outro Santo para ser meu Padrinho (naquele tempo havia isso de ter um Santo Padrinho): José. Assim, enquanto criança, me chamavam pelo nome completo. Francisco José, de Myrthinha. Com o passar do tempo o vocativo foi abreviado para Francisco e logo depois, mais prático ainda, para Xico, como sou tratado nos dias atuais. Quantas consoantes e vocais foram gastas no passado, sem necessidade, quando me chamavam de Francisco José. Assumi tanto e com o maior prazer o Xico que, se ao passar numa rua alguém gritar Francisco José ou simplesmente Francisco certamente nem olharei, pois entenderei tratar-se de alguém a chamar um outro alguém que não eu. Mas nenhum vocativo me apraz mais que o que ouço nesses dias atuais: nem Francisco José, nem Francisco, nem Xico. Adoro quando ouço gente importantíssima, de olhar doce e infantil, olhar para mim e me chamar de Vovô.
Primeiro, chegou Bernardo
Vinicius veio depois
Agora vem Leonardo,
Vai ser três o que era dois,
Vai caber tudo no peito
De um cabra satisfeito
Eu, Bezerro, eles meus bois