MEU JEITO AGRESTE
Dalinha Catunda
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Não nasci de sete meses,
Não sou mulher assustada.
Nunca fui guia de cego
Mas sou bem desaforada.
O meu nome é Dalinha,
Outro melhor não tinha
Para ser eu retratada.
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Não sou de dizer amém
Cabeça não sei baixar.
Tenho nariz empinado
Não sou de me rebaixar.
Tenho cabelos na venta
Meu pirão é com pimenta
Que arde para danar.
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Nasci no meu Ceará
O meu chão é Ipueiras.
Adoro o meu Nordeste.
Sou da ala das guerreiras.
Preservo meu ar agreste,
Já peguei cabra da peste,
Nele coloquei coleiras.
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E quem quiser me seguir
Que acompanhe meu passo.
Nem devagar nem ligeiro,
Pois eu tenho meu compasso.
Aprendi lá no sertão,
A pisar em qualquer chão
Nem fico nem ultrapasso.
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Eu sou abelha Dalinha,
Sou doce e de amargar.
E se hoje oferto mel
Também posso ferroar.
O meu mel e meu ferrão,
Conforme a situação
Sou obrigada a usar.
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Gosto de ser instintiva
Não queira me adestrar.
Este meu jeito agreste
Eu trouxe do meu lugar.
Tenho lá minha doçura
Porém só mostro ternura
Se de fato me encantar.
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Foto e versos de Dalinha Catunda