MEU CHÃO (CORDEL DE JOSÉ HEITOR FONSECA)
POESIA GAUCHESCA
Depois de uns dias parado, Mundo Cordel apresenta hoje poesia popular gaúcha de autoria do visitante JOSÉ HEITOR FONSECA, de Caçapava do Sul-RS. Obrigado, Heitor, sua contribuição é sempre bem vinda.
MEU CHÃO
José Heitor Fonseca
Sou filho desta querência,
E entre nuvens - Céu azul;
'Ta Caçapava do Sul,
Um pago por excelência,
E a Divina Providência,
Providenciou sem abismo,
Área boa de turismo,
E as paisagens tão bonitas,
O rochedo das Guaritas,
Que serve pra montanhismo.
Tem a Pedra do Segredo,
Que Deus entregou pra nós,
Onde retumba tua voz,
E até te provoca medo.
Visite de manhã cedo,
Para ver o sol que nasce,
Será Deus beijando a face,
Desta pedra tão gigante?
Senão for, é importante;
Que a linda pedra falasse...
E com tamanha beleza,
Não existe algum poeta,
Que numa frase correta,
Descreva a mãe natureza.
E assim desculpe a pobreza
Dos versos desse gaudério,
Que sem qualquer revertério,
Faz da rima o próprio lema,
E nela procura um tema,
Que vá desvendar mistério.
E diante da natureza,
Contemplo um belo cenário,
E sem fazer comentário,
Desfruto desta riqueza;
O ruído da correnteza,
Ali próximo da mata,
É o som que vem da Cascata,
Percorrendo a ribanceira,
E o Forte - nossa trincheira,
Erguido por longa data.
Forte D. Pedro II,
Assim que foi batizado,
E o batismo confirmado,
Com sentimento profundo,
E talvez não saiba o mundo,
Que sem custar um centavo,
Foi feito por mão de escravo,
Que deram ali sua cota,
Numa época remota,
Por ser nosso povo bravo.
E para findar, parceiro,
Quero falar com afã,
Das Minas do Camaquã,
E a Fonte do Conselheiro,
Por ser um bom brasileiro,
Tenho que amar meu torrão,
E trazer no coração,
Esse sentimento nato,
Ó, velha Fonte do Mato,
Água pura do meu chão.