JOSÉ MELQUÍADES E ASSIS ROSENDO: UM DUPLA INDO E VOLTANDO
José Melquíades
Eu namorei uma moça
Que era muito engraçadinha,
Eu da porta da cozinha
Gritava: – filha me ouça!
Mas eu só beijava à força.
Quando ela percebia,
Numa porta ela fugia,
Pela outra eu entrava.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Assis Rosendo
Arranjei um casamento
Com uma moça já idosa,
Que não gostava de prosa,
Mas tinha consentimento,
Aí, naquele momento
Sempre ela me dizia
Que a mim não me queria
E nem também me amava.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
José Melquíades
Eu fui dar com Gabriela
Um passeio de avião,
No campo de aviação
Foi peleja minha e dela,
Para entrar eu e ela
O avião não cabia,
Eu ficava e não subia,
Depois ela embarcava.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Assis Rosendo
Arranjei um casamento
Com uma bela menina,
Na cidade de Campina
Ela fez um juramento
Porém naquele momento
Todo mundo já dizia
Que ela não me queria,
Pois a outro ela amava.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
José Melquíades
Namorei Aparecida,
Mas mãe não gostava dela,
Eu só namorava ela
Na casa da Margarida,
Minha mãe, muito sabida,
Ia lá pra ver se via,
Por uma porta eu saia,
Por outra mamãe entrava.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Assis Rosendo
Namorei uma menina,
Filha de um pai valente,
O seu nome era Vicente
E morava em Petrolina,
Porém em Araripina
Ela chegou certo dia,
Quando a mãe dela sabia,
O amor ela negava.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
José Melquíades
Viajei num trem de feira
Com minha noiva Raimunda,
Quando eu ia de segunda
Ela ia de primeira,
Eu pulava pra terceira,
Pra segunda ela corria,
Quando eu pra primeira ia,
Pra segunda ela voltava.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
Quando eu ia ela voltava,
Quando eu voltava ela ia.
* * *
Francisco Pessoa
Quando o sol se acocora atrás da serra
E a cortina do céu fecha-se mansa
Mansamente uma inspiração me alcança
E eu me entrego aos segredos desta terra
Acredito que Deus fez e não erra
As montanhas, os vales, manguezais
Fez os mares e as águas fluviais
Fez Adão e fez Eva, um paraíso
E me fez tanto quanto sem juízo
E o que é que Ele falta fazer mais ?!
* * *
José Virgolino de Alencar
Navegando nas águas da poesia
não é eito pra todo canoeiro,
há que ser um exímio timoneiro
pra guiar o seu barco em maestria
seja no mar revolto ou calmaria,
enfrentar indomável tempestade
com coragem e rara habilidade
de manter o seu barco navegando
entre as ondas seguras velejando,
são os poetas, poetas de verdade.
* * *
Dimas Batista Patriota
Pois tudo que existe no mar aproveito,
Na ilha, no cabo, península, estreito,
Estreito, península, no cabo, na ilha,
No barco, na proa, em bússola e milha!
Medindo a distância eu vou viajar,
Não quero, da rota, jamais me afastar,
Porque me afastando o destino saí torto;
Confio em Deus pra avistar o meu porto,
Cantando Galope na beira do mar!
* * *
Minervina Ferreira
O espaço da mulher
se amplia a cada momento
Desde a comerciaria
a que faz medicamento
em relação ao passado,
Ai!, ai!, ui!, ui!…
mudou noventa por cento.
Tem mulher sendo manchete,
corpo lindo e sensual
Tem mulher trabalhadora
dentro da zona rural
Que nem sabe aonde fica,
Ai!, ai!, ui!, ui!…
O Distrito Federal.
No campo policial,
tem delegada e bombeira
A promotora, juíza,
advogada, pedreira
Nosso espaço está abrindo,
Ai!, ai!, ui!, ui!…
Mesmo que o homem não queira.