O pronome mesmo exerce vários papéis. Ele ajuda o autor a reforçar a declaração ou a dar mais precisão a termos que precisam de destaque. Com funções tão importantes, é natural que tenha exigências. Não são muitas, mas convém conhecê-las para tirar as vantagens que o dissílabo oferece.
- Às vezes, o pronome aparece antes do substantivo. No caso, tem o sentido de “igual”, sem tirar nem pôr. Concorda, então, com o substantivo a que se refere: O prefeito fez o mesmo discurso nas duas cidades. O prefeito fez os mesmos discursos nas duas cidades.
- Outras vezes, o danadinho vem depois do nome ou do pronome para reforçá-los. Aí concorda com o termo a que se refere. Compare:
Eu vendi a casa. Eu mesma vendi a casa. Eu mesmo vendi a casa. Ele vendeu a casa. Ele mesmo vendeu a casa.
Ela vendeu a casa. Ela mesma vendeu a casa.
Nós vendemos a casa. Nós mesmos vendemos a casa. Nós mesmas vendemos a casa.
Eles mesmos venderam a casa. Elas mesmas venderam a casa.
Foi Neymar mesmo quem pediu pra sair do campo.
Foi Teresa mesma quem recebeu as flores.
- Eta pronome polivalente! Ele também pode significar “realmente”. Aí, mantém-se invariável – sem feminino e sem plural: Tite disse mesmo a verdade. Os torcedores saíram mesmo às 18h. Foi bobeira mesmo da Seleção.
Nada mais
Viu? O pronome dá destaque e reforço. Mas não ocupa o lugar do substantivo ou do pronome. É proibido usá-lo em frases como estas: Falei com o médico. O mesmo disse que estava de férias. Xô, coisa feia! Vem, belezura: Falei com o médico. Ele disse que estava de férias.