Com vegetações rasteiras, épocas de seca bem definidas e solo avermelhado, o Distrito Federal é totalmente ocupado pelo cerrado. O bioma da capital federal, o segundo maior da América do Sul, com aproximadamente 22% do território brasileiro e é conhecido como a savana mais rica do mundo. A importância do cerrado é tamanha que, anualmente, o bioma é celebrado em 11 de setembro. Em comemoração ao Dia Nacional do Cerrado, a Associação dos Amigos da Floresta, Asproeste e a Associação Viva Lago Oeste realizam, até 18 de setembro, a Semana do Cerrado do Lago Oeste
Impulsionando a defesa e a valorização do cerrado, o evento reúne uma programação que aproxima o público do ecossistema. "Nós temos um privilégio de viver no cerrado, que é lindíssimo, mas ele é um dos biomas mais devastados, que mais sofrem consequências da ação humana, com o crescimento da cidade e da produção agrícola, por exemplo. Hoje, a gente sabe que é possível ter produção de forma sustentável, sem degradar o Cerrado, mas essa é uma consciência recente, adquirida há uns 10, 15 anos", diz Marcus Vinícius Heusi, presidente da Associação Viva Lago Oeste. "A semana tem como intuito ser um acordar para a necessidade de cada um fazer sua parte e preservar o cerrado. Nós esperamos que os participantes do evento se sensibilizem com o que nós iremos trazer, por meio das nossas atividades, e levem esse conhecimento adiante", explica.
Ao longo da semana, serão realizadas exposições fotográficas, rodas de debates, palestras, feiras, passeios ciclísticos e mais atividades voltadas para os interessados em conhecer mais sobre o cerrado e proteger o bioma. "O cuidado com o meio ambiente é algo muito comum entre os moradores do Lago Oeste, nós somos muito esclarecidos e unidos com essa questão", afirma Marcus. Buscando conscientizar sobre os perigos das queimadas, o combate aos incêndios que vêm acontecendo no DF nos últimos dias será um dos temas das atividades. "O momento é super oportuno para falarmos sobre essas queimadas. Existem pessoas que moram na nossa área que já sofreram muito com essa situação. É uma pena que uma região tão rica em fauna e flora como o cerrado sofra tanto com os incêndios", lamenta.
Nesta edição, a terceira do evento, um dos principais focos é gerar interesse nas crianças e adolescentes do Centro Educacional Professor Carlos Mota. Na instituição, serão realizadas diversas atividades de exaltação ao cerrado. "Nós sabemos que a educação é a forma que temos de conscientizar as pessoas. Quando nós levamos esses jovens para exposições fotográficas, palestras, debates sobre a importância do cerrado e eles vão a campo para conhecer e explorar a fauna e a flora do local onde vivem, isso é algo que fica na memória deles. Com isso, podem surgir alguns interessados e estudiosos que queiram cuidar mais do cerrado, levar essas informações para casa, para os pais, irmãos, parentes", torce. "É no jovem e na criança que nós depositamos nossa esperança no futuro. Apesar de sofrido, o cerrado é uma uma terra riquíssima e nós não podemos deixar isso se perder. Temos que manter esse bioma vivo para as próximas gerações, que poderão cuidar melhor do que nós cuidamos", declara. Desde quinta-feira, o colégio tem recebido intervenções relacionadas à semana. Também foi realizado o plantio simbólico de três mudas de ipês na entrada do Lago Oeste, representando as instituições representantes do evento.
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Aberto ao público, o lançamento oficial da celebração ocorre neste sábado (9/9), com feiras de sementes e produtos do cerrado, apresentação de viola caipira e curso de meliponicultura. "Eu nasci plantando. Ainda assim, nessas feiras de troca, eu sempre acabo conhecendo novas sementes e aprendendo mais técnicas de plantio", conta Zé de Bie, morador do Lago Oeste e participante assíduo da feira de troca de sementes.
Para Zé, a grande vitória das feiras de trocas é poder compartilhar as próprias sementes com os demais moradores do Lago Oeste, disseminando a diversidade do cerrado pela região onde mora. "Quando essas feiras ocorrem durante o fim de semana, na segunda-feira nós sempre ficamos felizes ao vermos os viveiros daqui cheios de moradores plantando as sementes. É um incentivo para a população começar a plantar e cuidar mais do cerrado", garante.
Confira
Entrada gratuita. Apenas as atividades de ciclismo e do roteiro turístico são pagas. Livre para todos os públicos. A programação completa do evento pode ser encontrada em https://vivalagooeste.com.br/.