O Distrito Federal enfrenta grandes desafios para preservar o cerrado e a qualidade de vida dos moradores. O maior bioma do Brasil vem sofrendo constantes ameaças à flora e à fauna, como o crescimento desordenado das cidades e o desmatamento desenfreado que comprometem a qualidade de vida das pessoas que vivem na capital do país.
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Cientistas e ambientalistas sabem da necessidade de preservar o cerrado, que desempenha um papel fundamental na regulação climática, abrigando nascentes de importantes rios e sendo um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo. O cerrado acomoda grande variedade de espécies de fauna e flora, muitas delas só existentes no bioma.
Poluição de mananciais
Um dos problemas enfrentados pelo meio ambiente no Distrito Federal é a poluição de mananciais. O rio Melchior, por exemplo, sofre com o despejo de resíduos dos moradores das regiões administrativas Sol Nascente e Pôr do Sol, um cinturão de pobreza com 84.504 habitantes a descartar lixo no rio.
Conhecido como o "Tietê do DF", o Melchior é afetado significativamente tanto pela contaminação decorrente de despejo de resíduos quanto pela degradação das áreas próximas. "Essa poluição compromete não só a sobrevivência de espécies aquáticas, mas também o abastecimento de água para as comunidades locais. É imprescindível implementar medidas efetivas para proteger e recuperar esse importante recurso natural", alerta Gustavo Baptista, professor do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília (UnB).
Dados preliminares do Censo 2022 do IBGE apontam o Sol Nascente como a maior favela do Brasil e a região administrativa entra em áreas de preservação ambiental permanente. "Existe uma desigualdade social muito marcante na mesma unidade da federação, que apresenta elevados índices de desenvolvimento humano — como no Lago Sul, Lago Norte e Park Way", compara.
Grilagem
Outro problema grave que atinge o meio ambiente é a grilagem de terras em áreas sensíveis ambientalmente, sendo este um grande gargalo enfrentado pelo Distrito Federal atualmente. A ocupação ilegal de terras, muitas vezes destinadas à preservação ambiental, compromete os ecossistemas do cerrado, causando destruição de habitats naturais e a perda de biodiversidade. "Infelizmente, apesar de ser uma unidade da federação pequena e com quase a metade de seu território preservado, as desigualdades socioambientais são enormes. Acredito que essa questão é a mais importante, pois todas as outras derivam dela, a ocupação desordenada, que atrai grande contingente populacional e afeta o meio ambiente", ressalta.
Assim, como o crescimento desordenado das cidades que resulta em um aumento significativo da poluição sonora e do ar. O barulho excessivo proveniente do tráfego intenso e das atividades urbanas prejudica não só a fauna do cerrado, mas também afeta de forma negativa a qualidade de vida das pessoas, causando estresse no dia a dia e vários outros problemas de saúde.
Além disso, a poluição do ar, derivada de poluentes por veículos prejudica a saúde respiratória das pessoas e contribui para as mudanças climáticas. Para reduzir esses impactos negativos é fundamental que haja investimentos em medidas de controle e de conscientização.