Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense terça, 28 de maio de 2019

MAS UMA CONQUISTA PARA AS GÊMEAS SIAMESAS

 


A HISTóRIA DE LIS E MEL
 
Mais uma conquista para as gêmeas
 
 
Separadas há um mês, as siamesas agora dividem o quarto na enfermaria, depois que Lis também teve alta e deixou a UTI

 

HELLEN LEITE
ISA STACCIARINI

Publicação: 28/05/2019 04:00

Lis com os pais, Camilla e Rodrigo, momentos antes de receber alta e seguir para a enfermaria (Divulgação/Hospital da Criança de Brasília)  

Lis com os pais, Camilla e Rodrigo, momentos antes de receber alta e seguir para a enfermaria

 



 À direita, a chegada ao quarto que vai dividir com a irmã, Mel, foi emocionante: segunda vez que se viram desde a operação (Divulgação/Hospital da Criança de Brasília)  

À direita, a chegada ao quarto que vai dividir com a irmã, Mel, foi emocionante: segunda vez que se viram desde a operação

 



Prestes a completarem 1 ano, as gêmeas siamesas Lis e Mel estão juntas novamente. Lis teve alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Criança de Brasília ontem, exatamente um mês após a cirurgia, e, agora, divide o mesmo quarto com a irmã, que havia sido liberada na terça-feira da semana passada. Elas estão em camas diferentes, mas, lado a lado, se olham e buscam com as mãos uma à outra. Ontem, as meninas brincaram com um jogo de montar e, à tarde, dormiram. Mel já manda beijos estalados para os pais e tomou banho de sol. Agora, a expectativa da família é levar as crianças para casa e conseguir comemorar o aniversário delas, em 1º de junho, de volta ao lar.

Esse é mais um capítulo na vida da família moradora de Ceilândia. Na semana passada, as meninas tinham se reencontrado, mas Lis permaneceu na UTI. Ao se verem pela segunda vez ontem, Mel recebeu a irmã com um beijo na porta da enfermaria. Como forma de agradecimento, Lis sorriu e retribuiu o beijo da gêmea.

Os pais, Camilla Neves, 25 anos, e Rodrigo Aragão, 30, se dividem nos cuidados das filhas. Também acompanham, atentos, os procedimentos e as recomendações feitos pela equipe de saúde. O casal define Lis como mais séria do que a irmã. De personalidade forte, é compenetrada e mais tranquila. Mesmo assim, ao lado de Mel, busca por ela a todo instante.

A mãe, que aguardou por esse momento quase um ano, descreve a sensação de tê-las nos braços novamente juntas, mas, desta vez, não mais unidas pela cabeça. “Está sendo maravilhoso. É uma coisa de outro mundo, uma outra sensação”, ressaltou.

Junto do pai, Camilla levou as filhas para a fisioterapia e, depois, acompanhou o banho de sol. “O pai delas ficou segurando uma e a fisioterapeuta, a outra. Eu fiquei olhando e pensando ‘gente, parece mentira, parece um sonho que elas estão assim’. Eu não acredito que isso está acontecendo. É muito lindo”, frisou.

A servidora do Ministério da Saúde contou como é o convívio das duas: “É muito bonitinho elas brincando, elas se tocando. Uma toca na outra e ri. Aí tem horas que a outra não quer e fica aquela coisa de irmão. Para mim, é maravilhoso, é o que eu tanto esperei. Meu coração explode de felicidade”, acrescentou.


As duas sorriem uma para a outra, trocam carinhos e mantêm hábitos antigos, como trocar as chupetas entre elas (Divulgação/Hospital da Criança de Brasília)  

As duas sorriem uma para a outra, trocam carinhos e mantêm hábitos antigos, como trocar as chupetas entre elas

 




Sonhos para o futuro
Além de sair com as filhas do hospital, o pai das meninas sonha em levá-las ao shopping, passear no Parque da Cidade e andar ao ar livre. “Eu acho que elas vão ser muito próximas. Até as manias que elas tinham já estavam se repetindo no quarto, como tirar a chupeta uma da boca da outra e colocar na boca, tomar o brinquedo da outra, segurar no braço, beliscar”, contou, aos risos.

Supervisor comercial, Rodrigo estava em viagem a trabalho na semana passada. Quando chegou, reencontrou Mel na enfermaria, após ser liberada da UTI. Para ele, vê-las juntas novamente é uma sensação de vitória. “Na hora em que eu entrei no quarto, a Mel já começou a rir e deu o braço para eu pegar no colo. A Lis é mais quietinha, mais séria. Ela estava chorosa, porque tinha acabado de acordar, e não queria muito colo, mas foi muito bom”, ressaltou.

Ainda não há previsão de alta para a família voltar para casa, mas Lis e Mel tiveram uma recuperação considerada surpreendente pela equipe médica. Lis despertou do coma antes do previsto, menos de 48 horas após a cirurgia. Mel está na enfermaria há sete dias. Descrita como “sapeca”, ela faz a alegria de todos.



As gêmeas antes da separação, unidas pelo crânio, formavam um coração; a cirurgia, realizada em 27 de abril, marcou a história da saúde no DF; as duas se encontraram pela primeira vez desde o procedimento na semana passada (Arquivo Pessoal)  
As gêmeas antes da separação, unidas pelo crânio, formavam um coração; a cirurgia, realizada em 27 de abril, marcou a história da saúde no DF; as duas se encontraram pela primeira vez desde o procedimento na semana passada





Para saber mais

Caso raro no mundo 

Mel e Lis nasceram em 1º de junho de 2018 e ficaram unidas pela cabeça por 10 meses. Elas foram o primeiro caso de gêmeos craniópagos (unidos pelo crânio) registrado no Distrito Federal. Em abril, passaram por um procedimento de alta complexidade, todo feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS), para poderem se separar. A cirurgia, dividida em 36 etapas, começou às 6h30 do sábado, 27 de abril, e só terminou às 2h30 de domingo, 28 de abril.




"Para mim, é maravilhoso, é o que eu tanto esperei. Meu coração explode de felicidade”
Camilla Vieira, mãe das gêmeas



"Eu acho que elas vão ser muito próximas. Até as manias que elas tinham já estavam se repetindo no quarto”
Rodrigo Aragão, pai
 
Jornal Impresso

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