MARIA DOS MARES, A CAÇULA E INTELECTUAL DA FAMÍLIA
(24.06.1942)
Raimundo Floriano
Maria dos Mares, com o ícone do Elefante Branco
Maria dos Mares é minha irmã caçula. Nascida em Balsas (MA), no dia 24 de junho de 1942, é filha de Emigdio Rosa e Silva, o Rosa Ribeiro, e Maria de Albuquerque e Silva, a Maria Bezerra, meus pais. É a última de uma prole de dez, da qual sou o sétimo.
Rosa Ribeiro e Maria Bezerra
Na realidade, foi batizada com o nome de Maria das Dores Albuquerque e Silva, mas, após fixar residência nas praias paraibanas, achou que os ares marinhos lhe traziam muitos eflúvios positivos e benfazejos, como de fato, e decidiu mudá-lo para Maria dos Mares, o que foi sacramentado pelo jamegão dum Juiz de Direito.
E não ficou só nisso não. Vivendo sempre inconformada com o status quo, ao casar-se, como o sobrenome do marido era Silva, acrescentou-o ao seu, ficando Maria das Dores Albuquerque Silva e Silva, mais tarde Maria dos Mares, como já dito. Parece até sobrenome de gringo latino-americano.
Esta é sua mais antiga foto, pelo que me consta. Nela, aparecem Maria Alice e Maria Isaura, irmãs, Pedro Silva, marido da última, Raimundo Floriano, irmão, João Emigdio, sobrinho, Maria dos Mares e Rosimar, irmão:
Foto batida em 1948
E este flagrante e da última reunião dos irmãos, ocorrida no ano de 1990:
Afonso, Raimundo, Bergonsil, José, Rosimar e Pedro;
Maria Isaura, Maria dos Mares, Maria Alice e Maria Iris
Maria dos Mares estudou no Grupo Escolar Professor Luiz Rêgo, no Primário, e no Ginásio Balsense, no Secundário. Concluído esses dois cursos, qualquer aluno estava apto a enfrentar o mercado de trabalho no sul-maravilha e conquistar seu lugar ao sol. Na imagem a seguir, ela e duas colegas do Ginásio, as irmãs sambaibenses Maria da Cruz e Maria de Fátima Rêgo:
Da Cruz, Fátima e Maria dos Mares
No início de 1961, veio para Brasília, onde já morávamos 4 de seus irmãos: Maria Isaura, José, Afonso e eu. Hoje, aqui, só eu resto, talvez para contar a saga de nós todos. Mercê de Deus, o que muito agradeço.
Dando continuidade a seus estudos, cursou o Centro Educacional Elefante Branco, concluindo o Curso de Normalista em 1964. Mais adiante, me alongarei sobre o isso. Com o diploma de Professora, passou a fazer parte dos quadros da Fundação Educacional do Distrito Federal.
De extrema sensibilidade e vivendo no meio intelectual brasiliense, conheceu Natanael Rhor da Silva, Professor de Física de UnB, com quem se casou, no dia 15 de agosto de 1970. Pouco tempo depois, mudou-se para Londres, acompanhando o marido, que ali faria o Doutorado. Adiante, foto do casal:
Permaneceu na Inglaterra por quatro anos, após o que o casal retornou para o Brasil, fixando residência em João Pessoa (PB), onde Natanael iria chefiar o Departamento de Física da Universidade Federal da Paraíba. Nessa mesma instituição de ensino universitário, Maria dos Mares conquistou o Grau Superior de Assistente Social.
Poeta, pintora, desenhista e escultora, Maria dos Mares desenvolveu na Capital Paraibana intensa atividade cultura, e assistencial o que se prolonga até os dias de hoje.
Fissurada pelo Mar, sempre morou à beira dele, primeiramente, na Praia do Bessa – por algum tempo era conhecida como Maria da Praia do Bessa –, depois, na Avenida Oceano Atlântico, Cabedelo, em confortável e amplo apartamento, de cuja varanda, e com um bom binóculo, pode-se observar os navios passando ao largo e até flagrar, em suas cabines, algum casal em atitude de sexo explícito.
Especializada em cerâmica, Maria dos Mares é uma referência municipal e estadual, quer em seu meio social e profissional, quer no âmbito governamental.
Dando asas a sua inspiração e seu poder criativo, montou, em João Pessoa, a Cerâmica Maria dos Mares, cujos artesanatos eram amiúde procurados pelos turistas que visitam a cidade. A seguir, dois de seus postais alusivos ao Natal:
No ano de 2012, a ECT lançou este selo, comemorativo de deus 70 anos:
Voltemos agora ao Elefante Branco, um dos temas desta matéria.
Tradicionalmente, elefante branco é expressão idiomática que designas posse valiosa da qual o proprietário não pode se livrar e cujo custo, especialmente o de manutenção, é desproporcional a sua utilidade ou valor.
O termo tem origem nos elefantes albinos mantidos pelos monarcas do Sudeste Asiático em Myanmar, Tailândia Laos e Cambodja, onde são considerados sagrados.
No Brasil, a construção da Nova Capital, bem como tudo que nela se continha eram considerados, pela Oposição a Juscelino Kubitschek, um elefante branco. Era o Velho do Rastelo pra todo lado, a dar de pau nas costelas do Presidente.
Mas isso não foi o caso de nosso Elefante Branco, colégio onde Maria dos Mares estudou. A denominação surgiu porque o prédio, visto de certo ângulo, assemelha-se a um elefante branco, conforme vocês veem acima em sua logomarca.
Agora, neste ano de 2014, foi comemorado, com toda a pompa e circunstância o Cinquentenário da Primeira Turma de Normalistas do Elefante Branco. Acorreram ex-formandas de todos os cantos do Brasil, a exemplo de minha irmã Maria dos Mares, que veio com Natanael, de João Pessoa, para a grande festa, organizada pelas colegas Marilena, Janaína, Leda, Heloísa, Maria Luíza, Maria Abadia e Rosecler, que aparecem na nesta pose publicada pelo Correio Braziliense:
Histórica é este documento fotográfico, apresentando-nos a Turma de 1964, onde Maria dos Mares aparece em evidência:
Primeira Turma de Normalistas do Elefante Branco
Quer dizer, Maria dos Mares fez parte da História de Brasília, ao formar-se em seu principal Estabelecimento de Ensino Médio da época, e. hoje, participa da História João-pessoense, paraibana e nordestina, com sua atividade profissional, conforme acima foi dito.
Mas Maria dos Mares não para. Sempre em ebulição, acaba de inaugurar novo espaço cultural, que já é o point dos intelectuais da Capital Paraibana:
Para saber um pouco mais sobre Maria dos Mares, assistam a este vídeo: