A sintonia entre Caetano Veloso e Maria Bethânia é fina. Quatro anos mais velho que a irmã, foi ele que fez a escolha do nome dela. Na infância, os dois costumavam subir numa árvore, para longos papos, no quintal da casa dos pais, Seu Zeca e Dona Canô, localizada na praça da igreja de Nossa Senhora da Purificação, no centro de Santo Amaro, cidade do recôncavo baiano.
Tempos depois, no Rosa dos Ventos, show definidor de sua carreira, Bethânia incluiu no repertório Avarandado, Janelas abertas e Não identificado, outras três com a assinatura do irmão. Daí em diante, raro foi o show que Bethânia deixou de fora do repertório composições de Caetano.
Na sequência de Nós por exemplo, os dois voltaram a dividir o espaço cênico em três oportunidades: em 1976, na turnê dos Doces Bárbaros, que passou por Brasília; em 1978, no extinto Canecão (Rio de Janeiro); e na Praça Castro Alves, em Salvador, dia 29 de março de 1995, para comemorar os 450 da capital dos soteropolitanos.
Embora, pelo menos oficialmente, não tenha esta intenção, a turnê Caetano & Bethânia comemora 60 anos do início da carreira de ambos. A série de shows iniciada em agosto no Rio de Janeiro, depois de passar por Belo Horizonte, Belém, Porto Alegre e Recife chega a Brasília, para apresentação hoje, às 21h30,no Estádio Nacional Mané Garrincha.
O Exílio
I'ts a long way — O Exílio em Caetano Veloso é o título do livro que reconstitui a história e analisa os álbuns gravados pelo cantor entre a prisão e o exílio (1969) e seu retorno ao Brasil (1972). O que traz o nome dele e Transa, gravados em Londres, buscam evidenciar e interpretar a construção de uma poética do exílio.
Editado pela FM Books e escrito por Márcia Fráguas, o livro é uma adaptação da dissertação apresentada em 2021 pela historiadora ao Programa de Pós-Graduação em Literatura Brasileira da Faculdade e Filosofia,Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
Caetano e Bethânia terão a companhia da banda formada por Lucas Nunes (guitarra e violão de nylon), Paulo Dáfilin (violão de nylon e de 12 cordas), Jorge Helder (contrabaixo), Jorge Continentino (sax alto e clarinete), Diogo Gomes (trompete e flugelhorn, Marlon Caldeira (trombone), Rodrigo Tavares (teclado), Joana Queiroz (clarinete e clarone), Kainã do Jeje (bateria e percussão), Thiaguinho da Serrinha (percussão), Jeni Rocha, Fael Guimarães e Janeh Magalhães (vocais). Participação especial de Pretinho da Serrinha.Bia Lessa assina o cenário.
Show de Caetano Veloso, Maria Bethânia e banda
- Neste sábado (9/11), às 21h, no Estádio Mané Garrincha (Eixo Monumental). Ingressos à venda no local.