Recordo que nos meus tempos de criança e até outros mais próximos, quando os carros e caminhões receberam apelidos como se fossem gente.
O Chevrolet, 1951 era o “Cara de Sapo.”
Meu primeiro automóvel foi um Renault francês, modelo 4-CV, 1948, que se abrasileirou com o apelido de “Rabo Quente”, por ter tração trazeira.
O “Rabo Quente”
Os primeiros caminhões fabricados no Brasil, os FNM, saíram das linhas de montagem da Fábrica Nacional de Motores; e face ao emblema com três letras, se tornaram conhecidos no Nordeste como “Fenemê”.
Os Volksvagen sedan se tornaram conhecidos como “Fusquinha”.
O Volksvagen “Fusquinha”
Depois, com a ampliação das lanternas trazeiras passaram a ser conhecidos como “Fafá”, por inspiração popular nos seios da cantora Fafá de Belém.
O “Fuscão Fafá”
O “Rabo de Peixe”
Até os anos 50 proliferaram em nossas ruas os americanos Chevrolet “Rabo de Peixe”.
Os Reinault brasileiros – Dauphine e Gordine – fizeram grande sucesso de vendas porque eram baratos e econômicos. No entanto, sua fuselagem era muito frágil. Na época havia aparecido um leite em pó, que desenvolvia ampla propaganda, cujo lema era: “Instantâneo, desmancha sem bater.” Por isso o carrinho ganhou o apelido de “Leite Glória”.
Renault Dauphine: o “Leite Glória”
Os mais famosos carros do mundo foram os da Ford que por seu sistema de comando funcionar embaixo do volante, através de duas hastes, semelhantes a um bigode humano, ganharam o apelido de “Ford Bigode.”
Modelo T: o “Ford Bigode”
Na década de 40 o empresário Arnaud Nogueira importou um ônibus para fazer o percurso Goiana/Recife. Como as pessoas não estavam ainda acostumadas a ir para o centro da cidade a fim de embarcar, o veículo passava pelas principais ruas residenciais oferecendo vagas. Por essa facilidade, que o vulgo chamava de “sopa”, passou a ser conhecido como a “Sopa”.
Uma “Sopa”
Os “Pau de Arara”, todavia, foram os caminhões de várias marcas cujas carrocerias foram improvisadas para levar passageiros.
“Baratinha”, carros de apenas dois lugares
Tive amigos que os carros se tornaram tão família que acabaram ganhando apelidos:
“Maricota” era uma baratinha de Seu Livaldo Maia. “Gatinho” é era um Renault do meu filho mais velho e “Azulzinho” era um Fiat Uno que eu tive durante 14 anos.