O pintor deu duas mãos de tinta na parede. Correto? Não. A turma apela para o menor esforço. Uma sílaba é mais fácil que duas. Mas nem sempre dá certo. Deixe a preguiça pra lá. O pintor deu duas demãos de tinta. A dissílaba quer dizer camada de cal, tinta ou verniz que se estende em uma superfície.
Plantas precisam de água. Daí nasceu o verbo aguar. Como conjugá-lo? Olho no acento. Presente do indicativo e presente do subjuntivo pregam peças. Bobear é proibido: águo, águas, água, aguamos, aguam; aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram; aguava, aguavas, aguava, aguávamos, aguavam; que eu águe, águes, águe, aguemos, águem. E por aí vai.
“O Brasil, há um bom tempo, está mergulhado nos abismos de seu próprio inferno”, escrevemos na pág. 12. Reparou na redundância? Seu e próprio exercem a mesma função. Melhor economizar: O Brasil, há um bom tempo, está mergulhado nos abismos do próprio inferno.