Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Música Nordestina sábado, 12 de novembro de 2022

MANOEL SERAFIM, O MANÉ CHORÃO DO FORRÓ

 

MANOEL SERAFIM, O MANÉ CHORÃO DO FORRÓ

Raimundo Floriano

 

 

Manoel Serafim

(1941 – 2007)

 

                        Quando eu digo que tô famoso, ainda tem gente não acredita – ninguém é profeta em sua terra. Mas é só ver o que anda acontecendo no mundo para constatar essa grande novidade.

 

                        Tenho feito um bocado de armação, no cenário literomusical, nestes meus 74 anos de vida. Já nasci gritando: “óia, eu aqui!”.

 

                        Meu último livro, Do Jumento ao Parlamento, com tiragem de 2 mil exemplares, me concedeu certa notoriedade dentro do meu público-alvo: conterrâneos, camaradas da caserna, colegas do Parlamento, companheiros de malhação, hidro e fisioterapia, músicos, forrozeiros, batuqueiros, presepeiros, maranhenses, piauizeiros, amigos outros que amealhei nestes 50 anos, e, por que não dizer, até parentes, desses teimosos.

 

                        Mas o veículo que me projetou para o mundo, para o além-fronteiras, para o Universo Cultural, foi o Jornal da Besta Fubana, que me habilitou a publicar, semanalmente, matéria em A COLUNA DE RAIMUNDO FLORIANO. As solicitações que recebo constantemente, por meio do JBF ou pelo e-mail raimundofloriano@brturbo.com.br, dão a exata dimensão dessa notoriedade. E a todos venho atendendo, dentro destes três gêneros nos quais me considero forte: Dobrado, Carnaval e Forró.

 

                        Não posso deixar de mencionar aqui o Google, que se apodera de tudo o que o JBF publica, dando-lhe mais visibilidade. Duvida? Então vá lá, digite RAIMUNDO FLORIANO, dê um ENTER e pronto: tá feito o esparrame!

 

                        Até prefácio já me pediram pra fazer!

 

                        Há pouco tempo, uma forrozeira residente em Guarapari-ES, me procurou pedindo notícias de um primo seu o Manoel Serafim, do qual ela mais nada soube há mais de 30 anos. Indagava se ainda existia e onde morava, se ainda atuava na vida artística.

 

                        Sanfoneira, chama-se Maria Madalena, nasceu em Boqueirão-PB e, casada com um advogado, nunca precisou exercer profissionalmente sua arte musical.

 

                        Agora, não por necessidade, mas apenas para realizar-se artisticamente, resolveu formar seu conjunto, o MARIA MADALENA E SUA BANDA FERA SHOW. Dentro em breve, espero, vocês ouvirão falar nesse pessoal. O Forró é inesgotável, a cada dia aparecem novos intérpretes, com suas infinitas possibilidades.

 

Vejam-na aqui:

 

Maria Madalena e Sua Sanfona

 

                        Pouco sei sobre Manoel Serafim, pois a literatura existente sobre ele é que consta das contracapas de seus discos, isso no tempo do LP. O que apreendi adicionalmente foi de oitiva, conversando com amigos que o conheceram pessoalmente. Por isso, já ia orientá-la a consultar o JBF onde, a 04.08.08, eu postara seu resumidíssimo perfil.

 

                        E, aí, surgiu o nó: tudo o que eu escrevera anteriormente aqui no JBF fora deletado, a pedido meu e de comum acordo com o Papa Berto I, devido a problemas surgidos numa fase gordurosa que não queremos relembrar.

 

                        Assim, repito aqui a matéria deletada.

 

                        Taí um Ilustre Desconhecido para a mídia. Forrozou por mais de 50 anos, porém jamais alguém ouviu falar em seu nome no sul-maravilha. Seu forró é lascado, encacetado, tarrabufado. Para mim, foi o grande cantor das coisas da Paraíba, depois de Jackson, conforme consta do seu vastíssimo repertório. O conjunto Manoel Serafim & Banda Cuscuz com Leite ocupou as paradas de sucesso das noites de João Pessoa e de toda a região.

 

                        Benedito Honório, atual Presidente da Ordem dos Músicos da Paraíba, reconheceu o valor desse cabra e sempre o apoiou, conseguindo-lhe trabalhos nos tempos das vacas magras. É do Honório e de João Bosco o engraçadíssimo xote, gravado por Serafim, denominado Sou Paraíba – Resposta ao Edmundo. O motivo da música é que o jogador de futebol Edmundo andou chamando um juiz nordestino de paraíba, de modo desrespeitoso e pejorativo. Por isso, a promessa:

 

                        – Mas Edmundo, já falei pro Chico Riba, se ficar na Paraíba, leva pisa de cipó!

 

                        Ao escrever estas maltraçadas, fico imaginando a canja que Manoel Serafim está dando no etéreo forró, junto a Marinês e Elino Julião, falecidos na mesma época, certamente cantando o rojão com o qual me foi apresentado, que marcou para sempre sua voz em minha memória, e que é a sua cara:

 

                        – Não chores não, Mané Chorão! Não chores não, Mané Chorão! Se teu caso é mulher, no forró tem de montão!

 

                        Com vocês, pequena amostra do trabalho esse grande e saudoso forrozeiro.

 

                        O Inventor do Forró, rojão de Manoel Serafim e de Buco do Pandeiro:

 

                        Sou Paraíba (Resposta a Edmundo), xote Benedito Honório e João Bosco da Silva:

 

                        Forró do Serafim, rojão de Manoel Serafim e Chico Nobre:

 

                        São João em Bananeiras, arrasta-pé de Manoel Serafim e Penha Serafim:

 

                        O Puxador de Saco, arrasta-pé de Zé Catraca:

 


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