Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Música Nordestina quinta, 27 de outubro de 2016

MANEZINHO ARAÚJO, O REI DA EMBOLADA

MANEZINHO ARAÚJO, O REI DA EMBOLADA

Raimundo Floriano

 

Manezinho Araújo, em charge de Nássara

 

                        Manuel Pereira de Araújo o Manezinho Araújo, nasceu em Cabo de Santo Agostinho (PE), a 7.09.1910, e faleceu e São Paulo (SP), a 23.05.1993. Cantor, compositor e artista plástico, era filho de José Brasilino de Araújo e Joventina Pereira de Araújo.

 

                        Funcionário da antiga Estrada de Ferro Great Western, desde a adolescência interessou-se por música, frequentando as rodas boêmias do bairro de Casa Amarela, no Recife, onde estudava. Numa delas, ficou conhecendo o cantor de emboladas Minona Carneiro, que o ensinou a cantá-las.

 

                        Com a Revolução de 1930, ingressou como soldado nas forças revolucionárias, mas, quando seu pelotão chegou à Bahia, o governo se havia rendido, e a tropa viajou para o Rio de Janeiro. Nessa época, Manezinho já cantava emboladas e chegou a se apresentar em cabarés do Rio.

 

Manezinho, em ótima caricatura

 

                        Retornando de navio para Pernambuco, na Bahia embarcaram os artistas Carmen Miranda, Josué de Barros, Bentinho e Almirante, que vinham de uma temporada em Salvador e iam apresentar-se no Recife. Em uma roda musical a bordo, Manezinho, ainda na farda, como Sargento, agradou muito com suas emboladas. Carmen Miranda, então, aconselhou-o a ir para o Rio de Janeiro, e o violonista Josué de Barros prometeu lançá-lo no rádio.

 

                        Ao chegar em Pernambuco, já desligado da caserna, ficou por ali um tempo, mas, no início de 1933, se mudou para a capital carioca, hospedando-se com Josué, no Bairro de Santa Teresa, onde ficou ensaiando. Em abril do mesmo ano, Josué levou-o à Rádio Mayrink Veiga, onde Manezinho se apresentou, sendo escalado para voltar na semana seguinte. Na segunda apresentação, Ademar Casé, que comandava o Programa Casé, na Rádio Philips, ofereceu-lhe um contrato com exclusividade. Manezinho aceitou, participando duas vezes por semana no programa.

 

                        Ainda em 1933, foi levado por Josué à Odeon, gravando duas emboladas de sua autoria e assinando contrato com a gravadora. E, daí pra frente, sua carreira deslanchou.

 

Flagrantes de Manezinho Araújo

 

                        Três anos depois, fez sua estreia no cinema, cantando duas emboladas no filme Maria Bonita. Atuou ainda em diversos outros filmes e participou de 22 cinejornais da Atlântida, em que aparecia na parte final cantando um verso de embolada ou contanto uma história.

 

                        De 1937 a 1940, gravou na Odeon algumas emboladas de sucesso, como Segura o Gato, Pra Onde Vai, Valente?, Quando eu Vejo a Margarida, Sá Turbina e Sordado Aburricido, todas de sua autoria.

 

                        Em 1941, deixou a Odeon, depois de gravar, além das emboladas, cocos, frevos, sambas, etc. Em 1945, obteve grande sucesso com a gravação de Dezessete e Setecentos, de Luiz Gonzaga e Miguel Lima.

 

                         Manezinho foi um dos pioneiros na gravação de jingles no Brasil, tendo participado da campanha dos produtos Lifebuoy, e também o primeiro artista a ser contratado por uma fábrica, a do Óleo de Peroba, cantando duas vezes por semana, um na Rádio Nacional, e outra na Mayrink Veiga.

 

                        Durante sua carreira, apresentou-se em todas as regiões do País, cantou em diversas casas de espetáculos gravou dezenas de discos em diferentes gravadoras, quase sempre com enorme aceitação. A seguir, capas alguns discos que gravou, incluindo um CD, lançado pela Editora Revivendo, e elepês facilmente encontráveis em sebos virtuais: 

 

                        Em 1954, desgostoso com o meio artístico, que criava fãs-clubes para autopromoção, decidiu interromper sua carreira e realizou um espetáculo de despedida no Tijuca Tênis Clube, ao qual compareceram cerca de 15 mil pessoas. Com a renda obtida nesse show, inaugurou em Copacabana um restaurante típico, o Cabeça Chata, onde passou a cantar e contar causos.

 

                        No início da década de 1960, começou também a pintar.

 

                        Em 1962, fechou o restaurante e transferiu-se para São Paulo, abrindo outro Cabeça Chata.

 

                        Meses depois, deixou o negócio, dedicando-se exclusivamente à pintura, atividade em que também obteve enorme êxito.

 

    

Dois quadros de Manezinho Araújo

 

                        Como amostra de seu trabalho, escolhi duas emboladas ambas de sua autoria:

 

                        O Carrité do Coroné, toada: 

 

                        Muié Muderna, embolada:

  

                        Festa no Arraiá, embolada:

  

                        Pra onde Vai, Valente?, embolada: 

 

                        Cuma É o Nome Dele?, embolada:

 

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