|
|
Gerente de uma loja de roupas no Sudoeste, Adriana Ribeiro prepara o estabelecimento para reabertura
|
Lojas de rua que vendem calçados, roupas, extintores e aquelas que prestam serviços de corte e costura estão autorizadas a reabrirem no Distrito Federal. A liberação está prevista em decreto assinado ontem pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) e publicado ontem em edição extra do Diário Oficial do DF (DODF). Esses estabelecimentos estavam fechados desde 19 de março, como medida de prevenção de contágios pelo coronavírus. Agora, poderão funcionar com horário reduzido, entre as 11h e as19h.
Aos comércios que ainda não receberam a liberação do governo para reabrir, a norma delimita que ficam permitidas operações de entrega em domicílio, pronta entrega em veículos e retirada do produto no local, sem abertura do estabelecimento para atendimento ao público. É vedada, portanto, a disponibilização de mesas e cadeiras aos consumidores.
A permissão para a reabertura vem um dia após a Justiça autorizar a volta gradual do comércio, em blocos, com intervalo de 15 dias. Na mesma data, o Executivo local apresentou recurso ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) para revogar a decisão e informou que espera abrir as lojas na segunda-feira. O GDF alega, na ação, que “cabe ao Executivo local e não ao Judiciário tomar decisões sobre as datas e condições de abertura das atividades comerciais”.
O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Francisco Maia, diz que esperava que mais segmentos fossem reabertos esta semana. “Em função da decisão da Justiça, o governo não conseguiu cumprir o decreto anterior, que previa a retomada total para segunda-feira”, lamentou. Entretanto, Maia acredita que outros setores de lojas de rua devem ser reabertos no decorrer da próxima semana.
Ele garantiu que a entidade acompanhará se todas estão seguindo as regras previstas no decreto. Em relação às vendas, Maia ressaltou que não deverá ocorrer aumento durante esse período. “As pessoas estão com receio de sair de casa. Fizemos uma pesquisa que mostra que 70% dos empresários acreditam que não vai ocorrer a normalização após a reabertura.”
Segundo a infectologista do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) Joana D’arc, é ruim que os comércios fiquem muito tempo sem reabertura alguma, mas é preciso haver mudança de comportamento para reduzir os contágios pela covid-19. “Os mais vulneráveis devem evitar sair de casa sem necessidade. É importante ressaltar que, quem sair, deve manter distanciamento social e usar a máscara. Nesse momento difícil, é essencial investir em mudança de atitude”, orienta.
ExpectativaAdriana Ribeiro, 44 anos, gerencia uma loja de roupas feminina no Sudoeste. O estabelecimento permaneceu fechado durante 40 dias. Depois disso, a gerência adotou o delivery. “Nós sobrevivemos. Estávamos vendendo pelo site ou telefone. Chegamos até a entregar as peças nas casas de clientes, mas sem sair da região”, diz. A gerente se diz esperançosa e se prepara para a retomada. “Todas as peças são higienizadas com uma mistura de álcool e água, temos dispensa de álcool em gel para os funcionários e consumidores e limpamos o balcão e o chão pelo menos três vezes ao dia.”
Proprietário de uma loja de roupas no Riacho Fundo 1, Gildeão Nunes, 34, teve grande prejuízo. “Consegui manter meus funcionários e estamos preparando a loja para a reabertura. Vamos adquirir máscaras e disponibilizar álcool em gel para todos.”
Trabalho presencial
O GDF também determinou, ontem, por meio de decreto, a volta de parte dos servidores ao trabalho presencial. Funcionários da Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob), do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e da fiscalização da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri) não estão mais incluídos no regime de teletrabalho. Apenas aqueles que integram grupos de risco ou apresentam sintomas de gripe devem atuar em esquema de home office.