Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sexta, 11 de janeiro de 2019

MADURO: REJEIÇÃO EM CADEIA

 


Rejeição em cadeia
 
 
Maduro desafia a comunidade internacional, é empossado para novo mandato até 2025 e chama Bolsonaro de fascista. Paraguai rompe relações diplomáticas, OEA declara ilegitimidade do governo e Brasil confirma compromisso de restaurar a democracia

 

RODRIGO CRAVEIRO

Publicação: 11/01/2019 04:00

 

Acompanhado da primeira-dama, Cilia Flores, e do presidente do TSJ, Maikel Moreno (D), Maduro chega à solenidade de juramento, em Caracas (Yuri Cortez/AFP)  

Acompanhado da primeira-dama, Cilia Flores, e do presidente do TSJ, Maikel Moreno (D), Maduro chega à solenidade de juramento, em Caracas

 

 

Contra quase tudo e todos, e na presença de apenas cinco chefes de Estado, Nicolás Maduro prestou juramento ante o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) para o segundo mandato, previsto para se encerrar em 2025. Em seu discurso de posse, o presidente venezuelano adotou um tom beligerante e, ao mesmo tempo, cordial. Atacou a oposição e pediu a realização de uma cúpula de líderes da América Latina e do Caribe para “discutir com uma agenda aberta todas as questões a serem discutidas, face a face”. O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e os Estados Unidos foram alvos. “A direita venezuelana infectou, com o seu facismo, a direita latino-americana. Vejamos o caso do Brasil, com o surgimento de um fascista como Jair Bolsonaro”, declarou. Minutos depois de Maduro ser empossado por Maikel Moreno, presidente do TSJ, a comunidade internacional protagonizou uma reação em cadeia.

Em nota divulgada na noite de ontem, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro qualificou de “ilegítimo” o novo mandato. “O Brasil reafirma seu pleno apoio à Assembleia Nacional (AN), órgão constitucional democraticamente eleito, ao qual neste momento incumbe a autoridade executiva na Venezuela. (...) O Brasil confirma seu compromisso de continuar trabalhando para a restauração da democracia e do Estado de direito na Venezuela”, afirma o texto. 

A medida mais drástica foi anunciada pelo Paraguai. “O governo da República do Paraguai, no exercício de suas atribuições constitucionais e da soberania nacional, adota, hoje, a decisão de romper relações diplomáticas com a República Bolivariana da Venezuela”, afirmou o presidente Mario Abdo Benítez, cercado por assessores. “Nesse sentido, ordenei o fechamento de nossa embaixada e a imediata retirada do corpo diplomático paraguaio acredito naquele país. Faço um chamado aos países amigos da democracia e da liberdade para que se expressem com ações concretas.”

Por 19 votos a favor (inclusive do Brasil), seis contra, oito abstenções e uma ausência, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou resolução em que declara a ilegitimidade do segundo mandato de Maduro. O texto faz um apelo à “realização de novas eleições presidenciais com todas as garantias necessárias para um processo livre, justo, transparente e legítimo”. O Peru convocou para consultas a encarregada de negócios na Venezuela, Rosa Álvarez. O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, anunciou que a Casa Branca intensificará “sua pressão sobre o regime corrupto” venezuelano e prometeu apoio à Assembleia. A União Europeia explicou que “tomará as medidas adequadas”, caso a situação na Venezuela se agrave.

Vice-presidente
Edgar Zambrano — primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela — elogiou a postura dos países latino-americanos e da UE, “ao proclamarem o tom sonoro dos venezuelanos”. “É notório o fracasso de um modelo político refletido em desastrosas políticas públicas que destuíram a qualidade de vida dos venezuelanos. Por aqui, viola-se, sistematicamente, os direitos fundamentais e as garantias constitucionais. Uma sociedade com presos políticos civis e militares mostra abuso de poder. É um governo  que altera a geopolítica regional. Por isso, as reações dos governos em defesa da democracia”, disse ao Correio. 

De acordo com Zambrano, a posse simbólica do presidente da AN, Juan Guaidó, seria impossível sem o aval das Forças Armadas. Em ato na Academia Militar, ante 4.900 oficiais, o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, perguntou: “Juram reafirmar a lealdade e subordinação absoluta?” “Juramos”, responderam.

Williams D’Ávila, deputado da AN pelo partido Acción Democrática, admitiu à reportagem que os venezuelanos estão “diante de uma tirania”. “O último reduto da democracia, a Assembleia, é uma pedra no sapato de Maduro. Creio que ele acentuará a tirania. Pode fechar a Assembleia.” 

Antonio Ledezma, ex-prefeito de Caracas e preso político que se exilou em Madri, espera cascata de “desprendimento” de países democráticos no cerco a Maduro. “Os países  acompanharão a OEA e ratificarão o desprezo pelo governo”, afirmou ao Correio.



Eu acho...

“A Assembleia Nacional articulará o clamor social, lhe dará forma e o conduzirá, nos termos da Constituição. Nós evitaremos, a todo custo, um enfrentamento do povo contra o povo, uma guerra civil que encheria de luto a nação ante a violência do Estado.”

Edgar Zambrano, primeiro vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela



Manifestação em Brasília

No exato momento em que Nicolás Maduro era empossado para o segundo mandato, um grupo de venezuelanos realizava um protesto diante do Palácio do Itamaraty. “Brasil, obrigado pelo apoio ao povo venezuelano”, “Maduro ilegítimo” e “S.O.S Venezuela. Não nos deixem sozinhos” eram as frases nos cartazes ostentados pelos manifestantes. Alberto Palombo, coordenador do movimento Soy Venezuela, no Brasil, contou ao Correio que a declaração do Grupo de Lima, na semana passada, marcou o mapa do caminho para lidar com a crise. “A intenção não foi somente agradecer ao governo brasileiro por sua posição, mas também pedir ao Brasil e a outras nações para que não deixem sozinhas as instituições legitimamente constituídas na Venezuela — a Assembleia Nacional e o Tribunal Supremo de Justiça no exílio”, afirmou. “A Assembleia é o último poder escolhido pelo voto popular nas eleições de 2015.” Segundo Palombo, os manifestantes entregaram ao presidente Jair Bolsonaro e ao chanceler Ernesto Araújo um documento no qual pedem pressão efetiva sobre o regime de Nicolás Maduro e a proteção a um processo de transição democrática no país.

 

Jornal Impresso


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros