Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão terça, 09 de fevereiro de 2021

MADALENA SCHWARTZ: FOTOS DA CENA ARTÍSTICA DE SP GANHAM EXPOSIÇÃO

 

Fotos de Madalena Schwartz da cena artística de SP ganham exposição

No ano do centenário da fotógrafa, o Instituto Moreira Salles inaugura uma mostra em sua homenagem

Simonetta Persichetti, Especial para o Estado

09 de fevereiro de 2021 | 05h00

O retrato é uma das mais fascinantes e difíceis linguagens fotográficas. Sempre foi, desde a invenção da fotografia. Mas, ao longo desta história de 189 anos, muitos foram os fotógrafos que se destacaram nesta seara. O retrato não é apenas a confirmação do seu ser e estar no mundo, mas também pode ser crítico, amostra da sociedade, narrativa de um tempo. E assim tem sido. No Brasil, onde encontramos vários retratistas, uma se destaca pelas suas imagens potentes: Madalena Schwartz (1921-1993). 

 

Madalena
O cantor Ney Matogrosso em 1974 Foto: Madalena Schwartz/IMS
 

Uma imigrante que sentiu na pele o que é ser segregada, mudar de país e encontrar sua representatividade. Madalena Schwartz é um exemplo de que a fotografia pode narrar sem ser declaratória. No ano de seu centenário, o Instituto Moreira Salles inaugura, nesta terça, 9, apenas uma parte, mas fundamental de seu olhar fotográfico: a exposição As Metamorfoses. A mostra exibe o ensaio no qual a fotógrafa registrou a cena alternativa de São Paulo, na primeira metade dos anos 1970, em plena ditadura militar. Há retratos de nomes como Ney Matogrosso e os integrantes do grupo Dzi Croquettes, até figuras hoje menos conhecidas. 

A história de Madalena Schwartz é a mesma que a de muitos imigrantes obrigados a deixar a Europa nos anos 1930 por causa do nazismo. Nasceu na Hungria, foi para a Argentina ainda criança, com a família, nos anos 1930, até chegar ao Brasil nos anos 1960, para viver, trabalhar e deixar um legado imagético de uma sociedade que vivia deslocada. 

Seu trabalho com intelectuais e artistas pode ser relacionado com o que o fotógrafo francês Félix Nadar (1820-1910) fez no século 19, retratando artistas parisienses – quase que um dicionário imagético.

No Brasil, Madalena tomou conta de uma lavanderia, em São Paulo, na Rua Nestor Pestana, local de teatros, bares, boates e encontro de artistas. Em 1966, ingressou como aluna no Foto Cine Clube Bandeirante, escola que trouxe o modernismo para a fotografia no Brasil, com trabalhos experimentais como a fotografia surrealista de Thomaz Farkas (1924-2011). É sua epifania. 

Além disso, morava no icônico prédio Copan, no centro de São Paulo. Transformou sua casa em estúdio onde recebia e fotografava os personagens da vida noturna paulistana. Poucas fotos da exposição foram feitas em camarins. “Suas imagens não são uma fotografia crítica ou militante, mas trazem uma energia incrível da contracultura, da diversidade, da energia humana que estava circulando naquele momento”, relata Samuel Titan Jr., coordenador executivo do IMS que, ao lado de Gonzalo Aguilar, assina a curadoria da mostra. 

 

Madalena
Série 'Las Libertadoras', em Caracas, Venezuela, em 1980 Foto: Madalena Schwartz/IMS

A importância do trabalho de Madalena Schwartz, cujo arquivo está no IMS (são 16 mil negativos, 450 fotos coloridas que retratam personalidades, povos do Norte e Nordeste e travestis e transformistas), está em ajudar a compreender um importante período da sociedade brasileira. E, além das fotos de Madalena, a exposição traz imagens de autores latino-americanos que, também na década de 1970, retrataram cenas ou personagens que aparentemente estavam na invisibilidade. Em diálogo, a exposição traça um breve panorama da fotografia latina dedicada aos mesmos temas. São obras de coletivos e autores distintos, de países como Argentina, Chile e Bolívia. No total, a mostra reúne 112 fotografias de Madalena Schwartz, além de mais 70 itens, entre periódicos, documentos, filmes e imagens produzidas por outros fotógrafos. “Quisemos falar de Madalena trazendo também outros contemporâneos de sua época. Apresentar sua biografia também pela história da América Latina”, afirma Titan Jr.


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