Inicio do velório de Milton Gonçalves no Theatro Municipal, no Rio — Foto: Lucas Salgado/Agência O Globo
Acontece na manhã desta terça (31), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o velório do ator Milton Gonçalves, que morreu, aos 88 anos, na última segunda-feira (30).
O caixão foi coberto por uma camisa do Flamengo e outra da Mangueira, duas paixões do ator. Na frente, foi colocado o Kikito de homenagem especial que recebeu do Festival de Gramado em 2003. Em volta, havia coroas de flores enviadas por empresas, como a TV Globo, e amigos da área cultural, como o diretor Daniel Filho.
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Antes da abertura ao público, que aconteceu pontualmente às 9h30m, o velório foi fechado para familiares. As filhas do ator, Alda e Catarina, foram as primeiras a chegar para velar o pai.
— Minha mãe às vezes reclamava porque a casa estava sempre bagunçada, cheia de discos e livros espalhados — disse Catarina. — E meu pai falava: “deixa espalhado, porque um dia a criança se abaixa e puxa o livro da estante”. Ele era assim, um educador. Neste momento, a dor é profunda, vamos sentir muito a falta do riso e da alma pura dele.
A família está preparando um documentário sobre o artista, algo que ele sabia e que o deixava muito feliz. A ideia é contar a história da vida dele do ponto de vista familiar, "sobre o pai e marido amoroso que foi", segundo Catarina.
'Missão cumprida'
Amigo do ator, Antônio Pitanga foi um dos primeiros a chegar ao Municipal.
—Milton Gonçalves significou muito em meu crescimento enquanto ser, enquanto criatura pensante. Ele sai da vida e entra na história com uma missão cumprida. E cabe a nós continuar a luta desse cara que estava lá, em 1965, na fundação da TV Globo, e fez o chamamento da negritude para a tela — disse Pitanga.
O velório despertou a atenção de fãs do ator, como Edson Rosa (foto), e pessoas que passavam pelo centro.
Fã do ator Milton Gonçalves em velório — Foto: Lucas Salgado