Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense terça, 30 de outubro de 2018

LUTA CONTRA O CÂNCER: ALTO-ASTRAL EM PRIMEIRO LUGAR

 


Alto-astral em primeiro lugar
 
 
Conheça a história de mulheres que lutam contra o câncer e reencontraram a autoestima ao ganhar perucas

 

» CÉZAR FEITOZA
Especial para o Correio

Publicação: 30/10/2018 04:00

Evento do Instituto Hospital de Base, que reuniu mulheres em tratamento contra o câncer, se transformou num grande salão de beleza (Ana Rayssa/Esp. CB/D.A Press)  
Evento do Instituto Hospital de Base, que reuniu mulheres em tratamento contra o câncer, se transformou num grande salão de beleza
 
“No momento que você coloca uma peruca ou um lenço, está cobrindo as sequelas do tratamento de um câncer, você se camufla. Se não faz isso e se olha no espelho careca, sem maquiagem, sem nada, você não consegue se desligar dessa doença”, conta Andrea Pereira, de 46 anos. A moradora de Sobradinho recebeu a notícia de que estava com um tumor na mama esquerda em abril deste ano. Com a intensificação do tratamento, em 27 de setembro, ao se submeter à primeira sessão de quimioterapia, os fios de cabelo começaram a cair. No fim de outubro, mês escolhido para a campanha de conscientização do câncer de mama, Andrea ganhou sua primeira peruca, que fez recuperar a autoestima da carioca em um período complicado da vida.
 
Filha de pai militar, Andrea Pereira chegou a Brasília em 1974, fixando residência na quadra 103 da Asa Norte, área onde militares moravam enquanto serviam ao Exército. Quando o câncer de mama somatizou-se à depressão, agora morando em Sobradinho, Andrea foi buscar no Plano Piloto o refúgio, lembrando momentos que traziam conforto.
 
“Entre o diagnóstico do câncer e a quimioterapia, eu ia ao Parque da Cidade umas três vezes (por semana). Era como o meu refúgio, onde eu podia me esquecer dos problemas. Quando o cabelo começou a cair, praticamente parei de ir pra lá, por causa da vergonha, da baixa autoestima”, relembra.
 
Vaidosa, Andrea foi a primeira mulher a chegar ao Instituto Hospital de Base ontem, pela manhã, para um evento da Rede Feminina de Combate ao Câncer. Ela teve a chance de escolher uma entre as 60 perucas que foram entregues pela rede às mulheres que fazem o tratamento no hospital. Como em um salão de beleza, ainda houve um momento para o corte das perucas e maquiagem.

Andrea Pereira:  
Andrea Pereira: "Quando o cabelo começou a cair, praticamente parei de sair, por causa da vergonha, da baixa autoestima"


 
"Maria Nazaré dá uma boa gargalhada antes de colocar a peruca: Vou sair por aí balançando o cabelo, jogando charme pro povo na rua"


Voluntariado
 
Coordenadora da Rede Feminina de Combate ao Câncer, Vera Lúcia Bezerra está há 26 anos como voluntária no auxílio às mulheres com a doença. Ela conta que o atendimento precisa ser humanizado para que a paciente possa recuperar a sua autoestima. “Eu falo para as voluntárias que a primeira coisa que a gente precisa fazer quando chega um paciente é dar um abraço. Destaco para cada uma se colocar no lugar dela. Isso cria um vínculo de amor ao próximo, um elo de esperança para as pessoas”.
 
A rede tem 27 projetos que são realizados na ala 5 do ambulatório do Instituto Hospital de Base. São cerca de 1.500 atendimentos por mês entre os dias de beleza e palestras educativas para a saúde. Uma das pacientes do hospital que faz questão de estar no evento é a aposentada Maria de Nazaré Silva, 61 anos. Moradora de Santa Maria, descobriu durante os exames de rotina no posto de saúde mais próximo de casa a suspeita de um câncer no ovário. A confirmação veio no mês seguinte, em dezembro de 2014, quando os exames comprovaram o indício.
 
Em 2016, os fios de cabelo começaram a se prender entre os dedos durante o banho —  era o efeito da quimioterapia. A maranhense decidiu ficar reclusa em casa em um primeiro momento, pela vergonha da calvície imposta pelos remédios. Depois, quando entendeu que cuidar da saúde era mais importante, deixou o constrangimento de lado. “Tem aquelas pessoas que ficam olhando pra você com olhos meio atravessados, né? Aí bota um lenço, alguma coisa, mas eu não esquentei mais minha cabeça com  minha carequinha, não”, conta Maria antes de dar risadas com as amigas.
 
Tratamento
 
O diretor do Instituto Hospital de Base, Ismael Alexandrino, conta que o apoio da Rede Feminina de Combate ao Câncer é fundamental no tratamento das mulheres contra o câncer. “A gente tenta fazer com que o tratamento contemple a completude do ser humano. Não é só o diagnóstico, radioterapia ou, até mesmo, a cirurgia. A distribuição de lenços e perucas é parte do tratamento. Fecha, de certa forma, o que a gente entende de acolhimento, de tratamento integral”, conta.
 
Mesmo com o calor excessivo do ambulatório do Hospital de Base, consequência do problema no ar-condicionado da unidade, as pacientes se envolveram com o dia da beleza como parte do tratamento, que busca recuperar o bem-estar das mulheres com câncer.
 
Maria de Nazaré, minutos antes de vestir a peruca, caiu na gargalhada ao se imaginar com o novo cabelo. “Estou na expectativa. Quero ficar linda de peruca. Vou sair por aí balançando o cabelo, jogando o charme pro povo na rua”.


SAIBA MAIS

Atendimento

A Rede Feminina de Combate ao Câncer se encontra na ala 5 do ambulatório do Instituto Hospital de Base. Cerca de 300 voluntários prestam atendimento às pacientes entre os 27 projetos abraçados pelo grupo. Às pacientes, é possível conhecer os projetos no site redefemininabrasilia.org.br, pelo número 3315-1278 ou, mesmo, no Instituto Hospital de Base. Aos voluntários, é possível doar cabelo ou auxiliar nos projetos entrando em contato com os responsáveis pelo número 3315-1278 ou mesmo no hospital.
 
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