Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão segunda, 31 de outubro de 2022

LITERATURA: CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE GANHA NOVAS EDIÇÕES E ANTOLOGIA NOS SEUS 120 ANOS

 

Carlos Drummond de Andrade ganha novas edições e antologia nos seus 120 anos

 


 Carlos Drummond de Andrade. FOTO: ARQUIVO/AG. ESTADO

Foto: Acervo Estadão
 

Por Maria Fernanda Rodrigues

 

Poeta, morto em 1987, nasceu no dia 31 de outubro de 1902

“Em As Impurezas do Branco, por exemplo, aparecem temas muito presentes hoje, como a crise energética e nossa superexposição à informação. São questões daquela época e absolutamente atuais”, comenta Rodrigo Lacerda, escritor e editor da Record, que voltou a publicar Drummond este ano e lança, agora para o aniversário, este livro de poemas de 1973.

 

Drummond gostava de se desenhar
Drummond gostava de se desenhar Foto: Arquivo CDA

Esta reedição, que traz um posfácio de Bruna Lombardi, atriz que se correspondia com o escritor e ganhou dele uma força para se lançar poeta, é apenas uma das novidades.

Uma coletânea inédita, organizada por Pedro Augusto Graña Drummond, neto do poeta, traz crônicas e poemas sobre animais, seus direitos e sua relação com o homem. O Gato Solteiro e Outros Bichos foi pensando para um leitor mais jovem e conta com ilustrações e um formato diferente dos demais livros – mais vertical e com a capa mais colorida.

Pedro, que na apresentação conta um episódio em que ele e o avô salvaram uma lagartixinha cerca de 40 anos atrás – Drummond morreu em 1987 –, escreve: “Quem sabe, com a leitura destes textos, tenhamos mais empenho em compreender os animais e, se não amá-los por sua natural beleza, ao menos protegê-los incondicionalmente da terrível ameaça de extinção”. Na foto da orelha do livro, Drummond aparece com um elefante, segurando sua tromba.

 

Novas edições

 

 

Os outros dois títulos que chegam às livrarias agora são reedições. Quando é Dia de Futebol volta com um projeto gráfico atualizado, mas mantém o posfácio assinado por Pelé, publicado na primeira edição, de 2002.

Aqui, crônicas, poemas e cartas são organizados por Pedro e seu irmão Luís Mauricio cronologicamente – e com eles nos juntamos ao poeta nas Copas do Mundo que ele assistiu, entre 1954 e 1986. São textos sobre futebol, mas não só. Política e o Brasil sob uma ditadura militar são ingredientes desses textos.

O último lançamento desta leva que será apresentada no Festival Literário Internacional de Itabira (Flitabira), entre hoje e 6 de novembro, e em evento na Livraria da Tarde, em São Paulo, será A Rosa do Povo. Trata-se de um livro central na obra de Drummond, forte e político, que foi lançado em 1945, ano que marcou o fim da 2.ª Guerra Mundial e do Estado Novo, no Brasil. Neste caso, o prefácio de Affonso Romano de Sant’Anna, um dos primeiros estudiosos da obra do poeta, também foi mantido como uma homenagem.

Carlos Drummond de Andrade ganha novas edições em 2022
Carlos Drummond de Andrade ganha novas edições em 2022 

O novo projeto da Record prevê 10 lançamentos anuais ao longo de seis anos, entre reedições com nova fixação de textos e novas antologias e textos de apoio encomendados a pessoas que ajudem a aproximar essa obra de um novo público. E está no prelo, previsto para o começo do ano, Viola de Bolso em versão fac-símile com a reprodução das emendas feitas à mão pelo próprio autor.

 

Ler Drummond hoje

Vencedor esta semana do Prêmio Camões, o crítico literário Silviano Santiago acredita que conhecer esta vasta produção pode nos ajudar a ser cidadãos mais responsáveis. “No século 20, que se prolonga desastrosamente pelo 21, Carlos Drummond de Andrade foi o nosso maior poeta anfíbio. Sai-se admiravelmente bem ao bracejar as águas líricas da poesia e ao caminhar na terra violenta da política. Ao dramatizar os gravíssimos problemas da sociedade brasileira no contexto global e os impasses que a nação atravessou e atravessa no plano nacional, o escritor foi sendo obrigado a dialogar, em evidente paradoxo cultural, apenas com o cidadão brasileiro responsável. Não são muitos os que apreciam a poesia. Continuam sendo poucos, infelizmente. Por isso, julgo que as leitoras e os leitores das novas gerações devem ler Carlos Drummond de Andrade”, disse.

 

 
Carlos Drummond de Andrade foi um dos maiores escritores brasileiros
Carlos Drummond de Andrade foi um dos maiores escritores brasileiros Foto: Arquivo CDA

Mergulhado há seis anos na biografia do escritor, que será publicada pela Companhia das Letras, Humberto Werneck comenta que a obra do mineiro atravessa o tempo “sem desgastes, livre de rugas e de pátina”. Uma obra a ser descoberta, e redescoberta indefinidamente. “Leio Drummond desde a adolescência. Achava que o conhecia – e aí descubro quase outra pessoa, com certeza ainda mais rica e fascinante que a legenda. Quanto à obra, praticamente não há releitura que não me revele algo novo, algo que estava ali sem que eu me desse conta. Tenho certeza de que seguirá sendo assim indefinidamente, e não só para mim, a cada vez que revisitar a um poema de Drummond, onde há sempre uma camada insuspeitada. Quanto mais amadureça, mais o leitor se tornará merecedor das joias de Carlos Drummond de Andrade.”

Quem quiser ouvir Drummond, começou à meia-noite uma maratona de 24 horas de leitura, que pode ser acompanhada pelos perfis @flitabira e @cpfsesc. Haverá ainda ações no TikTok. Na Livraria da Tarde, às 18h30, Diana Junkes, Paulo Ferraz e Tarso de Melo conversam e leem poemas. E às 19h, textos serão projetados em prédio da Consolação com a Maria Antonia e, às 20h, na Praça Roosevelt.

 

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