Bionírica — Uma biografia sonhada é um livro apenas de mulheres. São rostos femininos que se vê, um atrás do outro, mais ou menos coloridos, como se todos saíssem de uma mesma forma. São todos Ana Miranda, que assina essa autobiografia ilustrada e inusitada com lançamento marcado para amanhã, às 19h, na Associação Nacional dos Escritores (ANE). "Quase todos os meus desenhos são mulheres, porque são uma coisa que vem de dentro. E todas as mulheres do livro se parecem comigo, mas são ao mesmo tempo todas as mulheres que sou capaz de reconhecer", avisa Ana.
Reunidos no livro Bionírica, os desenhos são uma maneira de Ana olhar para uma outra forma de contar histórias. Organizado de maneira cronológica, o livro traz desde os primeiros desenhos até os mais recentes, o que permite acompanhar o desenvolvimento e as projeções da própria autora. As personagens desenhadas na adolescência são magrinhas, sem peitos, figuras menores e mais infantis. À medida que o tempo passa, elas vão ficando mais cheias, mais fornidas. Para a autora, são um reflexo de seu próprio amadurecimento.
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Aos poucos, elas ganham ares de senhoras, mais corpulentas. "E com os quadris recheados, o que aconteceu com meu corpo, e deve ser também com minha alma. Os desenhos adolescentes têm um viço intrínseco Desenhamos a verdade. O que somos. E com o tempo, aprofundando meus conhecimentos, fui conhecendo as mulheres animais, as mulheres vegetais, as indígenas, as trapezistas, as dançarinas, as sereias, as mulheres aladas, as oníricas, mas todas são Ana, afinal", diz.