02 de outubro de 2020 | 05h00
A nova série do criador de Sex and The City, Darren Star, estreia hoje na Netflix. Emily em Paris conta a história de uma jovem executiva de marketing que de repente se vê diante da chance de ter o emprego dos sonhos. Para isso, ela precisa se mudar para a França e, sem dominar a língua local, deve se adaptar a uma nova cidade e conquistar a confiança dos novos colegas, que veem com descrença as ideias dela.
Interpretada pela atriz Lily Collins, conhecida por filmes como Espelho, Espelho Meu e Simplesmente Acontece, Emily descobre que não está perdida apenas na língua francesa, mas também em si mesma e no que acredita. A série de dez episódios mostra a sua jornada de autodescoberta em meio a vários romances na Cidade do Amor.
Confira a entrevista completa e assista ao trailer da série:
Como você se sente ao entregar ao mundo uma série leve e divertida em tempos tão difíceis?
É louco parar para pensar que estávamos gravando essa série em Paris exatamente um ano atrás e agora os americanos nem conseguem entrar na França direito. Poder ser parte de algo que vai dar motivos para as pessoas sorrirem em um momento tão pesado, é a melhor coisa sobre o timing da estreia. O fato de ser possível viajar, de alguma forma, através da série é muito especial.
A Emily é muito diferente das suas últimas personagens em 'Tolkien', 'Ted Bundy' e 'Os Miseráveis'. O que te atraiu para esse projeto?
Eu amo comédias românticas e é difícil encontrar um projeto que seja o equilíbrio perfeito entre ser engraçado e fofo e ao mesmo tempo tenha substância e profundidade que as pessoas possam se identificar, que tenha uma personagem que seja ambiciosa, ousada, divertida e iluminada. Quando li o roteiro do piloto, já sabendo que era uma série do Darren Star e que seria gravada em Paris, vários elementos me levaram a decidir fazer parte da série. Eu adoro personagens mais sérios, fiz vários projetos assim, mas as comédias românticas são minhas favoritas e eu sempre quis encontrar a certa para me aventurar no humor, algo que ainda não fiz muito.
Hollywood passou um bom tempo sem produzir comédias românticas…
Sim! E eu acho que essa série é como os filmes de comédia romântica que costumavam ser feitos nos anos 90 e 2000 e deixaram de ser produzidos. Também é muito especial contar essa história em 10 episódios e não em um filme de 90 minutos.
Como foi trabalhar com Darren Star? Você era fã de Sex and the City?
Eu era fã da série e amava Grosse Point, outra série dele lançada há um tempo e só teve uma temporada. Eu amo o mundo que Darren cria e acho que existe uma mágica na estética das séries dele e em como ele transforma em personagens as cidades que são o cenário desses programas, seja Paris ou Nova York. A parceria entre ele e Patrícia (Field, figurinista de Sex and the City e O Diabo Veste Prada) é icônica, e como alguém que ama moda, foi um prazer trabalhar com eles.
Você tem uma relação próxima com a indústria da moda, como foi unir essas duas paixões, moda e atuação?
Eu amo moda e acho que é uma extensão da nossa personalidade, principalmente para os personagens. Eu adoro que as roupas tornam possível mostrar diferentes aspectos de alguém e que você pode brincar e descobrir novos lados de si mesma. A Patrícia me incentivou a misturar estampas e combinar diferentes cores, formas e texturas e foi muito divertido sair da minha zona de conforto para tentar coisas novas.
Emily está em uma jornada de autodescoberta, aprendendo a colocar a si mesma em primeiro lugar e se abrindo para novas experiências. O quão importante é passar uma mensagem como essa para mulheres de todo o mundo?
Eu acho que é muito importante porque Emily é ela mesma e não sente remorso algum por isso. Ela ama trabalhar, é movida pelo trabalho e não tem medo de assumir isso, mas também é romântica, inteligente e ousada, atributos que eu me inspiram bastante e que eu gostaria de ver em uma personagem. É essencial saber que você não precisa ser apenas uma coisa, você pode ser romântica e ao mesmo tempo ser alguém que ama o trabalho e até achar romance nesse ambiente. Tudo que ela ama e representa deve ser encorajado não só para jovens mulheres, mas para homens também. Você pode ser vulnerável e forte ao mesmo tempo, não precisa ser colocada em uma caixa. Emily é várias coisas ao mesmo tempo e adoro incentivar os jovens a serem assim também.
No primeiro episódio, um colega de trabalho de Emily fala sobre ser impossível amar o trabalho. O que você mais ama no seu?
Eu amo ter a possibilidade de explorar diferentes personagens e facetas de mim mesma através do meu trabalho. Ser atriz pode ser uma cura, tanto para mim quanto para os espectadores. Dependendo do personagem, podemos aprender muito. Fazer parte do processo de cura e autodescobrimento de alguém é uma verdadeira honra.
Você falou sobre aprendizado. O que Emily Cooper te ensinou?
Nossa, ela me ensinou muito sobre superar obstáculos. Interpretar a Emily meses antes da quarentena começar foi interessante porque ela é alguém que se vê diante de várias dificuldades e precisa encontrar formas de passar por elas para conseguir fazer seu trabalho e se manter sã e criativa. A atitude positiva e o otimismo dela são coisas que eu definitivamente tenho, mas ao mesmo tempo é sempre bom ser inspirada a continuar tendo. Ela me ensinou a achar o lado positivo e trabalhar com o negativo para seguir em frente, sem deixar coisas ou pessoas te derrubarem.
Além de gravar em Paris, o que você mais gostou no processo de produção da série?
Eu conheci pessoas incríveis durante essa experiência e fiz amigos para a vida toda. Também tive a oportunidade de receber a visita do meu noivo algumas vezes para explorar a cidade e foi especial para mim tanto quanto pessoa como atriz. Eu trabalhei bastante, mas também tive liberdade para descobrir a cidade para criar memórias para uma vida toda. A gente não fazia ideia de que logo depois seria impossível viajar e acho que foi um sonho que se tornou realidade. Espero que possamos voltar para uma segunda temporada.