Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Música Internacional quinta, 22 de setembro de 2022

LILI MARLENE, A CANÇÃO DA 2ª GUERRA MUNDIAL

 

LILI MARLENE, A CANÇÃO DA 2ª GUERRA MUNDIAL

Raimundo Floriano

 

  

                        O poema Lili Marlene – originariamente Lili Marleen – foi escrito em 1915, por Hans Leip, soldado alemão da Primeira Guerra Mundial. Suas metáfora e emoção chamaram a atenção do compositor Norbert Shultze, que o transformou em música no ano de 1938. A seguir, a tradução da letra original: 

Em frente ao quartel, diante do portão

Um poste com um velho lampião

Está ele ainda lá?

Queremos lá nos reencontrar

Queremos junto à sua luz ficar

Como outrora, Lili Marlene!

 

Nossas duas sombras pareciam uma só

E todos percebiam o amor que nós tínhamos

Toda a gente ficava a contemplar

Quando estávamos junto ao lampião

Outrora, Lili Marlene!

 

Gritou o sentinela para avisar

Tá na hora! Um atraso, três dias vai te custar!

Já vou, já vou companheiro!

E dissemos adeus, com que gosto eu iria

Com você, Lili Marlene!

 

O lampião reconhece seus passos

Seu belo caminhar

Ele ilumina tudo na noite

Mas há tempos se esqueceu de mim

E se algo me acontecer

Quem vai estar junto ao lampião,

Com você, Lili Marlene?

 

Do alto céu, do fundo da terra

Surge como em sonho seu rosto amado

Envolto na névoa da noite

Será que voltarei para nosso lampião

Como outrora, Lili Marlene?

  

                        Lili Marlene tornou-se canção de guerra quando foi transmitida por uma rádio alemã em Belgrado e captada pelos soldados alemães do Afrika Korps, durante a Segunda Guerra Mundial. O General Rommel, seu comandante, gostou tanto da música que solicitou à rádio que a incorporasse em sua programação, no que foi atendido. A canção era tocada às 21h55h, todas as noites, ao final das transmissões da emissora.

 

                        Os aliados escutaram a música, e Lili Marlene se tornou a melodia favorita dos dois lados, a despeito do idioma. Os saudosos soldados eram levados às lágrimas pela voz da, até então, desconhecida cantora Lale Andersen, que se tornou uma estrela internacional. No entanto, a gravação mais famosa ficou a cargo de Marlene Dietrich, que começou a cantar a música em 1943.

 

                        A enorme popularidade da versão alemã induziu a criação de uma apressada versão em Inglês escrita pelo compositor britânico Tommie Connor, em 1944, e transmitida pela BBC de Londres para as tropas aliadas.

 

                        Marie Magdelene Dietrich von Losch, a Marlene Dietrich, nasceu em Berlim, Alemanha, no dia 27 e dezembro de 1901, e faleceu em Paris, França, a 6 de maio de 1992.

 

                        Teve uma vida agitada, normal em toda personagem mundialmente famosa. Cantora e atriz de sucesso, sua biografia é riquíssima e extensa. Vou ater-me aqui apenas aos fatos ligados à Segunda Guerra e à canção Lili Marlene.

 

                        Quando ainda não era cantora, e atuava apenas como atriz, foi convidada por Hitler para protagonizar filmes pró-nazistas, mas recusou o convite e se tornou cidadã estadunidense, o que o ditador tomou como um desrespeito para com a Pátria Alemã, passando a chamá-la de traidora.

 

                        Durante a guerra, Marlene foi ao encontro das tropas aliadas, onde cantava para divertir os soldados e aliviar sua dor. Condecorada com medalhas após o conflito, Marlene descobriu um dom que poderia explorar: sua bela e poderosa voz. Assim, ela começou a cantar além de atuar.

 

Marlene cantando para os soldados, em 1944 

                        Em 1961, ela protagonizou um filme que quebraria barreiras e chocaria o mundo com um assunto que ainda assustava, Julgamento em Nuremberg, que tratava do holocausto, do nazismo, e do tumultuado julgamento que condenou os grandes líderes nazistas.

 

                        A canção Lili Marlene consta em meu acervo nas versões em Alemão, Inglês, Espanhol, Italiano, Francês e Português, esta cuja letra aí vai: 

Sob a metralha, dentro das trincheiras

Em pleno blackout, eu ouvi noites inteiras

Uma canção no céu vibrar

Era o inimigo a recordar

A ti, Lili Marlene!

A ti, Lili Marlene!

 

Em meu violão plangente, quis tocar

A canção que diz quanto és doce para amar

E palpitou meu coração

Pela pequena do alemão

Por ti, Lili Marlene!

Por ti, Lili Marlene!

 

Eu te encontrei, enfim, tu me sorriste

Abracei-te e vi que eras linda, porém triste

Ao lampião nada se via

Então chorei naquele dia

Por ti, Lili Marlene!

Por ti, Lili Marlene!

 

E, se algum dia, próximo à vitória,

Tocando o clarim, findando a linda história

Ao meu Brasil regressarei

E deste amor me lembrarei

De ti, Lili Marlene!

De ti, Lili Marlene!

 

Mas outro amor terei, longe da guerra

Nos campos em flor, nas coxilhas ou nas serras

Nada faz bem ao coração

Como o luar lá do sertão

Sem ti, Lili Marlene!

Sem ti, Lili Marlene!

 

Para que vocês as apreciem, disponibilizo-lhes duas delas.

Em Inglês, com Marlene Dietrich, e

 

em Português, com a Banda da Brigada de Infantaria Paraquedista.

 

 


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