O duelo entre Flamengo e Bolívar, hoje, às 21h30, pela terceira rodada da Copa Libertadores, já parecia suficientemente complicado. Afinal, o Estádio Hernando Siles, em La Paz, fica localizado a 3.600m acima do nível do mar. Além disso, com quatro pontos, o rubro-negro ocupa a segunda posição do grupo E, atrás justamente do adversário de logo mais. No entanto, depois do empate com o Palmeiras, a comissão técnica ganhou mais uma dor de cabeça. Ou melhor, sete. É esse o número de desfalques do time para encarar os bolivianos.
As baixas atingem todos os setores de linha. Na zaga, Léo Pereira tem uma virose. Nas laterais, Varela e Ayrton Lucas serão poupados por questões físicas, “de acordo com o planejamento da comissão técnica, sempre guiado pela ciência na busca da mais alta performance”, conforme explicado em comunicado do clube. Essa mesma razão afastará os meio-campistas Pulgar e Arrascaeta e o atacante Pedro. Por fim, o volante Allan possui “traços falcêmicos que podem prejudicar a alta performance em altitude”.
— Nossa estratégia de chegar na hora do jogo é para evitar o que chamamos de mal agudo da montanha. Quando você põe o pé nessa alta altitude, você começa a ficar ofegante, a hiperventilar na hora. Com o tempo passando, os efeitos dessa exposição começam a vir: dor de cabeça intensa, náusea, ânsia de vômito... — explicou o preparador físico rubro-negro Fabio Mahseradjian. — Isso não vai aumentar a performance. A performance da equipe já vai estar comprometida.
Este será o jogo em que o Flamengo mais poupará atletas desde a estreia na Libertadores — antes, o recorde fora de quatro nomes de uma só vez: Léo Pereira, Ayrton Lucas, De La Cruz e Luiz Araújo contra o Millonarios, também na altitude. Além dos sete, o rubro-negro seguirá hoje sem o atacante Cebolinha, com lesão na panturrilha direita.
Assim, a expectativa é a de que o time tenha diversos atletas que não vinham jogando como titulares, casos de Wesley, Viña, Igor Jesus, Gerson e Lorran.
O movimento da comissão rubro-negra não é uma surpresa. Há duas semanas, o técnico Tite afirmou que “era humanamente impossível” brigar em todas as frentes usando os mesmos titulares em sequência. Desde o início da Libertadores e em meio às finais do Carioca, o treinador tem rodado o elenco de forma gradual, a “conta-gotas”, para não desnivelar as conexões da equipe. No entanto, contra o Bolívar, optará por um revezamento mais radical.