28 de junho de 2022 | 05h00
Corinthians x Boca Junior é jogo quente, sobretudo em duelos eliminatórios. Rivais na fase de grupos da atual edição da Libertadores, brasileiros e argentinos se enfrentam novamente, desta vez valendo classificação às quartas de final. Os dois duelam nesta terça-feira, às 21h30, na Neo Química Arena, acrescentado mais um capítulo à história de rivalidade do confronto, que apresenta provocações, erros de arbitragem marcantes e uma final que o corintiano é incapaz de esquecer.
O Boca Juniors é o time que o Corinthians mais enfrentou na Libertadores. Foram oito partidas, com duas vitórias argentinas, dois triunfos brasileiros e quatro empates. Na fase de grupos deste ano, o time de Vítor Pereira venceu em casa por 2 a 0 e arrancou um empate por 1 a 1 como visitante em Buenos Aires.
Apesar do retrospecto recente, o Boca terminou como líder do grupo E, com dez pontos, um a mais que os alvinegros, o que dá à equipe xeneize a vantagem de poder decidir o confronto em casa, em La Bombonera. O duelo de volta será daqui a uma semana, dia 5 de julho, também às 21h30. O classificado pegará Flamengo ou Tolima, da Colômbia, na fase seguinte.
Nesse histórico de partidas, há certamente duas que o corintiano não esquece, por motivos completamente opostos: a decisão da Libertadores de 2012 que deu ao Corinthians o seu primeiro e único troféu do torneio mais importante do continente e o jogo de volta das oitavas de 2013, marcado por uma arbitragem no mínimo controversa.
Há uma década, o torcedor corintiano comemorava, e muito, um dos títulos mais importantes da história do clube. Foi diante do Boca que o Corinthians saiu da fila e conquistou a América pela primeira vez. Na finalíssima, Emerson Sheik brilhou com dois gols no triunfo por 2 a 0, provocou os rivais e até mordeu a mão do zagueiro Caruzzo.
Em 2013, o Corinthians se credenciou a brigar pelo bi. Como havia perdido por 1 a 0 na ida, precisava de uma vitória por dois gols de diferença para avançar. Ocorre que Carlos Amarilla estava apitando aquela partida, que terminou em 1 a 1. O árbitro paraguaio deixou de marcar dois pênaltis a favor do time alvinegro, que ainda teve dois gols mal anulados. "Foi a coisa mais feia do mundo. Roubou, garfou lindo. O Tite cegou, bufava no vestiário, só que o Tite é um lorde né", lembrou o ex-meia Douglas, em entrevista ao Podcast Podpah.
Nesta terça, Vítor Pereira espera dificuldade na Neo Química Arena. Sabe que seus atletas não vão encarar o melhor Boca Juniors dos últimos anos, mas qualquer Boca Juniors costuma ser competitivo e endurecer a vida dos brasileiros.
"Não está fácil, mas o Corinthians é feito de homens de luta, homens de trabalho, homens resilientes, homens que sabem sofrer também. Vamos com esse espírito para jogar com o Boca", definiu o treinador português. A dificuldade a que se refere diz respeito também às baixas no elenco e às incertezas.
Os desfalques certos são Maycon, machucado, e Cantillo, suspenso pelo Conmebol pela expulsão diante do mesmo Boca. As dúvidas são Gil, João Victor, Du Queiroz, Renato Augusto e Gustavo Mosquito, todos com problemas físicos.
Bons resultados, punições e indisciplina do camisa 9
Do outro lado, bom retrospecto recente na temporada, casos de indisciplina no elenco e episódios de racismo acompanhar o Boca Juniors. Desde que enfrentou o Corinthians há 42 dias, o time argentino venceu seis partidas e perdeu duas. Dario Benedetto é o craque da equipe, mas tem se envolvido em polêmicas. Já chegou a ser afastado por faltar a um treino depois de ir a uma festa e, mais recentemente, fez um gesto sugerindo suborno para o árbitro.
Fora de campo, o clube acumula punições. Foi multado recentemente pela Conmebol em 100 mil dólares (R$ 524 mil na coação atual) pelos gestos racistas de seus torcedores no empate com o Corinthians em 17 de maio. Antes, a agremiação argentina já havia pagado 30 mil dólares de multa em virtude de gestos racistas de um torcedor na Neo Química Arena que o fizeram ser detido em São Paulo.
FICHA TÉCNICA:
CORINTHIANS X BOCA JUNIORS
CORINTHIANS: Cássio, Fagner, João Victor (Robert Renan), Raul Gustavo e Lucas Piton; Du Queiroz, Roni e Giuliano; Willian, Mantuan e Róger Guedes. Técnico: Vítor Pereira.
BOCA JUNIORS: Rossi; Advíncula, Rojo, Izquierdoz e Fabra; Zeballos (Varela), Fernández, Ramírez, Óscar Romero e Salvio; Benedetto. Técnico: Sebastián Battaglia.
Juiz: Roberto Tobar (Chile)
Horário: 21h30
Local: Neo Química Arena
TV: SBT e Conmebol TV