O roteiro parece inacreditável, mas o Botafogo, desde o Campeonato Brasileiro do ano passado, quando deixou o título escapar, "se acostumou" a ver vitórias irem embora nos minutos finais das partidas. Ontem, parecia que a história seria diferente. Nada disso. Em seu primeiro jogo na Libertadores desde 2017, foi a Cochabamba e sofreu o gol de empate do Aurora — 1 a 1 — aos 50 minutos do segundo tempo. Em um gramado ruim, com altitude de 2.558 metros e até uma expulsão de Tiago Nunes, a equipe sucumbiu de novo.
Na verdade, grande parte dos torcedores alvinegros talvez já aceitasse o gol sofrido no final, levando em conta o passado recente. Foi assim contra times como Palmeiras, Coritiba e Santos no Brasileirão do ano passado, e até contra Nova Iguaçu e Flamengo no atual Carioca. O que assusta é o time continuar desperdiçando vitórias contra equipes de qualquer qualidade. Além de ter um elenco envelhecido e de baixa estatura, o Aurora tinha muitos desfalques e pouca condição de competir.
Porém, assustou, especialmente nos primeiros dez minutos, e na pressão exercida ao final da partida, quando o Botafogo pareceu fazer questão de chamar o adversário. O "complexo" de viradas ou empates segue sendo ativado e deixa jogadores totalmente expostos e apáticos.
Botafogo tem derrotas consecutivas e vê chances de título despencarem; relembre os jogos
Tiquinho perde pênalti
No entanto, no decorrer dos 90 minutos, Júnior Santos poderia ter saído como herói. Foi dele o gol alvinegro, no primeiro tempo, que dava aparente alívio para a volta, na próxima quarta-feira, às 21h30, no Estádio Nilton Santos. Em uma chance "no susto", também mandou uma bola na trave no início da segunda etapa.
Já quem segue devendo é Tiquinho Soares, que desperdiçou um pênalti quando o placar estava 0 a 0. Não é a primeira vez que o camisa 9 falha na marca da cal. Substituído na segunda etapa, saiu demonstrando insatisfação, mas não vem justificando em campo. Na sequência, as mexidas promovidas por Tiago Nunes causaram mais desordem do que soluções.