Léo Batista, ícone do jornalismo esportivo brasileiro que morreu no domingo (19) aos 92 anos em decorrência de um tumor no pâncreas, contou em entrevista ao GLOBO em 2021 sobre o que aprendeu com o pai pedreiro e explicou que sempre pensava duas vezes antes jogar alguma coisa fora.
– Antes de jogar alguma coisa fora, sempre penso se ela teria outra finalidade. Meu pai era pedreiro e, quando garoto, eu o ajudava. Acho que comecei a desenvolver habilidades manuais naquela época — contou.
A habilidade foi ainda mais útil na pandemia. Entre leituras e muitas palavras cruzadas preenchidas, Léo se dedicou ao artesanato. Ele contou que sua produção foi tão intensa que “daria para encher o estoque de uma loja de tamanho razoável”.
Com restos de azulejo, o jornalista fez bandejas bonitas para servir café e água com fundo de garrafa pet. Com o mesmo material, confeccionou flores e as usou em quadros, sempre com uma frase inscrita.
– Em um deles coloquei uma que diz: “É proibido colher flores menos ao vento, que não sabe ler”. Coleciono frases interessantes, curiosas, e gosto de emoldurá-las em forma de quadros para pendurar na parede do meu ateliê – explicou Léo.
Ele também transformava garrafas plásticas em canecas e regador, latas de alumínio em porta-lápis, e pedaços de madeira em prateleiras para cozinha ou porta-chaves de parede.
Léo Batista morreu no hospital Hospital Rios D’Or, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Com um tumor no pâncreas, o jornalista deu entrada no hospital no dia 6 de janeiro, em decorrência de um quadro de desidratação e dor abdominal. Ele ficou internado na UTI da unidade nos últimos dias, mas não resistiu.