29 de dezembro de 2020 | 08h36
Com fins de beneficentes, ou festivos, em forma de avatar, ou com guitarras: as estrelas da música Kiss, David Guetta, Kylie Minogue e Jean-Michel Jarre farão shows de fim de ano em "livestream", devido à proibição dos concertos físicos pela crise sanitária global.
Buscador incansável de avanços tecnológicos, o pioneiro da música eletrônica Jean-Michel Jarre se apresentará em realidade virtual em uma catedral de Notre-Dame digitalizada, um evento que se poderá ser acompanhado pelo YouTube e Facebook.
Patrocinado pela Unesco, este concerto imersivo, chamado Bem-vindos ao outro lado, é uma "mensagem de esperança para 2021 nos tempos difíceis que enfrentamos, mas também uma oportunidade para homenagear a debilitada Notre-Dame [após o incêndio de abril de 2019] e todos nós", explica o artista que se propõe a "contribuir, apesar desses tempos difíceis para fazer ressoar Paris na meia-noite de 31 de dezembro".
Também em Paris, o show transmitido ao vivo de David Guetta será de caridade, como os que fez em Miami e em Nova York durante a crise sanitária. Com 50 milhões de visitas acumuladas, arrecadou-se US$ 1,5 milhão. Agora, este terceiro evento tem como objetivo apoiar as ações do Unicef.
"Transmitido de um dos lugares mais mágicos de Paris, que será anunciado nessa mesma noite", promete Guetta em um comunicado, antecipando um "espetáculo impressionante" para assistir no Facebook, YouTube, Instagram, entre outras redes.
Em um ano que não teve muita luz, Kylie Minogue fará os holofotes brilharem com Infinite Disco. Não será uma performance ao vivo, mas de um espetáculo em streaming que poderá ser visto apenas quando for anunciado o dia, com a compra de ingressos pelo aplicativo Dice.
Este espetáculo, que dura cerca de 50 minutos, focará nas faixas de seu último álbum Disco e em novas versões de seus sucessos passados. Já foi divulgado em novembro com ingressos comprados em mais de 100 países.
Como no caso da diva australiana, este tipo de encontro virtual pago é a resposta dos artistas para a ausência de shows há dez meses, devido à pandemia.
"É sobre administrar esta pausa até que os shows físicos possam voltar normalmente e seja possível viver da música", explica à AFP Emily Gonneau, professora do Centro de Informação e Recursos para a Música Atual (Irma).
"Durante o confinamento, foi preciso manter o vínculo com o público com conteúdos gratuitos. Agora, a questão é como encontrar um modelo econômico", completou.
A transição para o novo ano oferecerá opções para todos os gostos, desde o hard-rock pirotécnico do Kiss, com um "livestream" de Dubai (via Tixr), até o icônico hip-hop de J. Period (que colaborou, entre outros, com The Roots) e Rakim nos telhados do Brooklyn (via Stageit).
Outra artista que apostará no streaming é Patti Smith, que vai comemorar seus 74 anos em 30 de dezembro com um show, conforme sua tradição.
Este ano, porém, ela tocará em Nova York com sua banda, em um "livestream" pago (via Veeps) que coincidirá com 31 de dezembro em determinadas regiões do planeta, devido à diferença de horários.
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