Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Choro, Chorões, Partituras e Áudios sexta, 11 de novembro de 2016

KELLY ROSA E O CHORO - ESTRELA DO SUL NO NORDESTE A BRILHAR

KELLY ROSA E O CHORO

ESTRELA DO SUL NO NORDESTE A BRILHAR

Raimundo Floriano

 

Dois Momentos de Kelly Rosa 

                        A festa de minha posse na Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, no Recife, tendo como Patrona a cantora Elba Ramalho, em maio de 2009, constituiu-se para mim em grandioso enriquecimento cultural. Naquela noite, fiz amizade com cerca de 30 expoentes da Música Popular Brasileira em plena atividade no Nordeste, mas completamente desconhecidos por estes lados do Planalto Central.

 

                        Kelly Rosa foi uma dessas maravilhosas surpresas. De longe, ao vê-la chegar, até pensei que se tratasse da própria Elba. A mesma altura, o mesmo tom de pele, o mesmo trajar, o mesmo penteado. Ao aproximar-se, constatei meu engano. E mais convencido fiquei do erro em minha avaliação quando Elba a chamou para com ela dividir o palco. Kelly, acompanhando-se ao violão, demonstrou que tem estilo próprio, personalizado, inconfundível.

 

                        A seu respeito, escreveu Marcos de Farias Costa, poeta, escritor e estudioso da MPB: “O que surpreende ao apaixonado pela Música Popular Brasileira que venha a assistir a uma apresentação de Kelly Rosa é a riqueza de seu repertório, aliada à interpretação primorosa; uma voz moderna, que imprime novos sabores a cada execução, uma coloração canora, que nos enche os ouvidos de rara beleza, eis o seu segredo de intérprete, guardado a sete chaves! Cada música que ela canta é intensamente trabalhada, nota por nota. Kelly não imita ninguém, sequer a si mesma, pois cada interpretação é uma nova execução, e cada execução é uma nova interpretação, num círculo não vicioso.”

 

                        Kely Cristine da Rosa nasceu em Ponta Grossa (PR), no dia 14 de abril de 1971. O pai, gaúcho, tocava violão, e a mãe, paranaense, toca acordeom. Ambos cantavam juntos em programas de rádio da região.

 

                        Nascendo e crescendo em ambiente musical, Kelly teve, já na infância, despertada sua vocação para a carreira artística. Começou a cantar e tocar violão aos 8 anos de idade, passando a fazê-lo profissionalmente, aos 18, num hotel em Guarapuava (PR). Cantou em várias Bandas ainda no Sul e, em 1995, mudou-se para Maceió (AL), onde gravou este que foi seu primeiro CD: 

                       

                        A variedade de ritmos desse primeiro disco já patenteia a versatilidade de Kelly. Tem chorinho, valsa, maracatu, xote, canção, samba, milonga e frevo-canção. Adquiri meu exemplar há poucos dias, num sebo virtual, onde outros ainda se encontram à venda. Recomendo-o, com louvor!

 

                        Kelly casou-se em Maceió, onde nasceu sua filha. Depois de 8 anos ali residindo, transferiu-se para o Recife, onde fixou residência definitiva.

 

                        Durante o show lá na Academia Passa Disco, comprei – e ganhei – os trabalhos gravados de quase todos os artistas ali presentes, como o CD Flor Amorosa, de Kelly, no qual se constata sua faceta chorona e seresteira:

  

                        Já fiquei seu fã só de ver a contracapa do disco. Ao pedir seu autógrafo, fui surpreendido pela cantora que, além de se deixar fotografar comigo, me presenteou com o ainda projeto embrionário de seu próximo trabalho.

 

A bela e o feio 

Nesse DEMO, Kelly abraça com perfeição e garra o gênero forrozeiro, mostrando seu definitivo enraizamento no ambiente nordestino, o que se constata nestes ritmos tão nossos: baião, xote, arrasta-pé, frevo-canção, maracatu e muito, muito rojão.

 

                        Em sua discografia, constam ainda os CDs Mistura, Tua Chegada e Imbalança. Com a produção de Luciana Araújo, prepara o próximo, Coração Saudosiano, que terá homenagem ao Sertão Pernambucano, Pajeú das Flores e Cariri Paraibano, 7 canções de poetas da região, e um livro contendo 40 poemas e a história poética e São José do Egito, Capital da Poesia, com lançamento previsto para agosto, no Recife, e, a seguir, em mais 7 capitais brasileiras. O disco terá arranjo e Renato Bandeira e participações especiais de Cezzinha e Spok além de composições de Bia Marinho, Maciel Melo, Anchieta Dali, Carlos Vilela, Lamartine Passos, Zeto, Geraldo Azevedo, Zé Marcolino, Luiz Homero, Jorge Simas, Xico Bizerra, Beto do Bandolim, Zeca Tocantins, Dario Moreira e Túlio Araújo. É riqueza nordestina, pauleira pura, imperdível!

 

                        Também imperdível é seu último trabalho, consolidação daquele embrionário promocional do qual já lhes falei, cujo título, Se Tu Quiser, remete-nos ao talentoso Cardeal Xico Bizerra e sua linda composição, considerada hoje campeã de regravações em todo o Brasil:

 

                        Kelly Rosa empolgou o público e os jurados na última edição do FEMUARTE - Festival de Música e Arte, de Garanhuns, ficando em segundo lugar com o choro No Quintal do Cosme, de Manoel Oliveira e Otaviano Monte.

 

                        Além disso, atuou em outros projetos nordestinos, como ou de projeto como o Mulheres Cantadeiras de Uma Nação Chamada Nordeste, e Alma Sanfônica, ambos de Xico Bezerra. Participou ainda do DVD de Irah Caldeira, no Teatro da UFPE, da gravação do DVD de Zé Bicudo e Paula Forrozeira, na Sala de Reboco, do DVD de Claudionor Germano, no Teatro Santa Isabel, e da Homenagem ao Frevo, no mesmo teatro, ao lado de Getúlio Cavalcanti, Nono Germano e Nena Queiroga.

 

                        Kelly Rosa tornou-se minha amiga virtual o Orkut, com perfil lotado. Naquele site de relacionamento, há várias Comunidades que congregam a legião de seus admiradores.

 

                        Para vocês, pequena amostra do trabalho dessa amiga e grande artista: 

                        Doce de Coco, choro de Jacob do Bandolim e Hermínio Belo de Carvalho:

 

                        Acariciando, choro de Abel Ferreira e Lourival Faissal:

 

                        Odeon, choro de Ernesto Nazareth e Vinícius de Moraes:

 

                        Último Desejo, choro de Noel Rosa:

 

                        Paraquedista, choro de José Leocádio:

 

                        E, para que conheçam um pouco sua atuação no palco, aqui vai este youtube, com Flor Amorosa, choro extraído de seu CD com o mesmo título, de meu conterrâneo maranhense Catulo da Paixão Cearense e Antônio Callado, ao qual a menina Kelly imprimiu caprichada e maviosa releitura.

 

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quarta, 21 de fevereiro de 2018 as 19:52:10

marcos de farias costa
disse:

Grande cantora, grande intérprete e grande artista, que, com o olho guloso da arte, sabe escolher o que há de melhor na MPB, sem derrapar em sucesso fácil nem em opções erradas. Kelly morou muito anos em Maceió e fui seu fã, ainda sou, e durante anos toda semana eu a ouvia cantar, e ela cantava cada vez melhor. Precisamos de pessoas assim para espantar de nosso caminho a musica de mau gosto. Marcos de Farias Costa


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quarta, 21 de fevereiro de 2018 as 19:52:03

Raimundo Floriano
disse:

Prezado Marcos, Obrigado por seu comentário! Continue conosco! Um abraço!


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