Estadão
10 de agosto de 2020 | 11h32
Luiz Carlos Merten
Judeu e maori, a mistura que resultou em Taika Waititi, tem servido como a fonte de inspiração de que se nutre o cinema do diretor neozelandês. Ao assumir Thor: Ragnarok, e consciente de que talvez fosse sua única incursão pela Marvel, realçou o aspecto “gente estranha com problemas humanos” da trama. O sucesso foi imenso, e Waititi ganhou convite para novas aventuras de super-heróis.
Ganhou até o Oscar de melhor roteiro adaptado por Jojo Rabbit, atração no streaming do Telecine. Na série de surpresas que marcou a premiação da Academia neste ano – a quádrupla vitória de Parasita, de Bong Joon-ho -, a de Waititi também teve seu elemento de surpresa.
Fazer humor com o Holocausto pode ser arriscado, Roberto Benigni que o diga – emplacou três Oscars com A Vida É Bela, em 1999.
Waititi conta, agora, a história de um garoto que integra a Juventude Hitlerista. Nada do que faz dá certo. Tem um amigo secreto – o próprio Hitler, interpretado pelo diretor. Sua mãe, Scarlett Johansson, pertence à resistência e há uma garota judia escondida na casa. As mulheres permitirão que Jojo supere a fixação infantil no Führer.
Jojo não é uma unanimidade, mas possui um encanto especial. E o garoto, Roman Griffin Davis, é ótimo.