Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sexta, 05 de agosto de 2022

JÔ SOARES SE ENCANTOU: ÍDOLO MORRE AOS 84 ANOS

 

Por Patricia Kogut

 

Patrícia Kogut: 'Não existe a História da televisão brasileira sem Jô'
 

Em 2014, Jô Soares foi internado por três semanas e, com isso, passou um mês e meio afastado da TV. A notícia de que teria morrido circulou. Bem-humorado, ele me deu uma entrevista em que se divertiu: "Me tiraram do bico do urubu", disse. O urubu, no caso, foi uma pneumonia que resultou numa septicemia. O episódio expressa esse dom que ele tinha de mergulhar emergindo do outro lado da arrebentação com charme, fazendo alguma graça. A expressão o "bico do urubu" também refletia seu estilo: era ao mesmo tempo uma expressão popular e um achado de quem conhecia o melhor frasismo. Seu repertório abraçava tudo.

Com sua morte, o mundo piora muito. 

 

Todos os clichês usados para definir Jô são verdadeiros. Homem renascentista, gênio do humor, inigualável. Além da verve natural, ele teve uma formação sólida e cosmopolita, era poliglota e viajado, carioca, paulista e do mundo. Em seu "O livro do Jô", dois volumes em que trabalhou com Matinas Suzuki Jr., conta vários "causos" da malandragem de Copacabana. Um sinal de que se divertia muito também, sempre enxergando um lado leve e cômico no comportamento humano.

Não existe a História da televisão brasileira sem Jô. Ele esteve nos primórdios, na "Praça da Alegria", ainda na TV Record, em 1956. Lá também participou de "A Família Trapo". Em 1971, se transferiu para a Globo onde lançou uma galeria de personagens e bordões que até hoje estão na boca do povo. Eram tipos que espelhavam o espírito do tempo. O exilado politico Sebá, codinome Pierre, que ligava de Paris para a mulher no Brasil e diante dos relatos dela do que acontecia por aqui exclamava: "Chose de loc!", "Madalena, você não quer que eu volte"; Gardelon, o argentino que repetia: "Muy amigo!"; O general que não se conformava com o fim da ditadura e pedia: "Me tira o tubo"; Bô Francineide, com sua mãe minúscula, a atriz Henriqueta Brieba, a quem se dirigia com a frase: "E pensar que saí de dentro dela!".

Depois de conquistar todos os territórios no humor, em vez de se acomodar no sucesso, Jô quis mais. Justo: ele sempre foi capaz de muito mais. E propôs à Globo fazer um programa de entrevistas. Boni não topou, e ele se transferiu para o SBT. Carregou um público numeroso para o seu "Jô Soares onze e meia". Qualificou a faixa da madrugada, recebeu o Brasil todo - famosos e anônimos com algo a contar - em seu sofá. Quando a entrevista não rendia pelo convidado, compensava tudo improvisando um show próprio. Era maior do que qualquer roteiro, capaz de puxar um espetáculo do bolso no deserto. Era a personificação do talento. Em 2000, voltou para a Globo, onde fez o "Programa do Jô" até 2016.

 


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