Gravura de Olinda da época das Capitanias Hereditárias
A palavra brega tem muito a ver com o governador Jerônimo de Mendonça Furtado (Lisboa,1510; Portugal,1584), que assumiu a governança da Capitania de Pernambuco em 5 de março de 1664.
Homem raparigueiro e deslumbrado por cabaré, após ter servido nas lutas da Guerra da Restauração, conflitos de confrontos armados entre o reino de Portugal e Espanha, foi nomeado capitão-general e governador da capitania de Pernambuco, o que desagradou os pernambucanos e os olindenses por ser um estrangeiro, por isso é que, revoltados, os nativos deflagraram um dos primeiros movimentos nativistas ocorridos no Brasil Colônia, a chamada Guerra dos Mascotes.
Friedrich Hermann von Schönberg (1615-1690)
O governador Jerônimo de Mendonça Furtado era pejorativamente apelidado de xumberga ou xumbrega por seus desafetos, uma referência ao marechal alemão Friedrich van Schomberg, por usar um bigode e gostar de frequentar os lupanares e furdunços da época, o que mais tarde pode ter dado origem ao termo BREGA no Brasil.
Suas desventuras de homem chegado a um cabaré à procura de priquitos, pouco se lixando para a sua administração como governador da capitania, estão narradas pelo historiador Evaldo Cabral de Melo em sua obra “A Fronda dos Mazombos: Nobres contra Mascotes”.
O Brega é um gênero musical brasileiro comparado ao twist e às baladas de rock dos anos 1960 nos Estados Unidos. Todavia, sua definição como estética musical tem sido um tanto difícil, pois não há um ritmo musical propriamente brega. É muito usado para designar a música romântica popular de baixa qualidade, com exageros dramáticos ou ingenuidade. O samba-canção, bolero e jovem-guarda foram vinculados a esta estética, atualmente o brega envolve kizomba, zouk, funana, além do twistmodernizado que batizaram de forma aportuguesada de tecno-brega.
O brega também teve origem nas baladas românticas dos Estados Unidos, muito dos temas se originaram de canções italianas, francesas e até mesmo canções alemães. Mesmo sem terem estabelecidas características suficientemente rígidas, o termo praticamente foi alçado à condição de gênero.
Aqui, entre os artistas rotulados como bregas, não é diferente a dificuldade em torno do que seria o estilo. Como observa o jornalista José Teles, “não é exatamente a música, mas o intérprete que confere o status de brega ou não.” Alguns desses rejeitam serem representados sob o estigma da cafonice e mau gosto. Em uma entrevista em 2008, o cantor Wando afirmou sentir-se incomodado com o termo pejorativo. “Quando as pessoas falam de brega, sempre se referem a uma coisa ruim”. “Então eu brigo por isso”. Questionado sobre o assunto, Fernando Mendes disse certa vez que “brega era um lugar onde a gente ia, era um substantivo e hoje é um adjetivo com que falam mal da gente. Quando me perguntaram o que eu achava, eu disse: brega é o termo, a palavra é o nome que o invejoso usa pra criticar o vitorioso”.
Waldick Soriano diz: ”Concordar a gente não concorda. Porque brega é usado para falar de casa de prostituição. Nesses lugares, as pessoas ouvem música romântica, mas não só nos bregas. Faço música romântica. As pessoas gostam disso”. Com o tempo, porém, alguns outros artistas assumiram o termo brega. Foi o caso do cantor Reginaldo Rossi, que se auto intitulou como o Rei do Brega. Outro exemplo é, ainda que não seja consensual e conceitualmente um estilo, o próprio surgimento das vertentes paraenses brega pop e tecno brega, que indicam que seus artistas assumem-se de alguma forma ou de outra como bregas.
Brega, segundo o cantor Falcão, é aquela música romântica simples, que toca no coração do povo musicalmente falando, com letras, no início, exageradamente doloridas, carregadas, dramáticas, chifrais, corníferas, que deixam o sujeito mais manso, conformado e antenado, com as emoções captando as dores de amores sem sofrência!
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KIBELOCO CONFIRMA POR QUE O BRASIL PERDEU A COPA: KKKKKKKKKKKKKK!!
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Música Tortura de Amor. Segundo o historiador musical e biógrafo Paulo César de Araújo, foi a mais bela canção romântica da época da dita-dura composta por Waldick Soriano, alcunhada pejorativamente de “brega”.