James Caan faz 60 anos de cinema
Rodrigo Fonseca
31 de maio de 2021 | 16h49
Rodrigo Fonseca
Imortalizado como Sonny Corleone, o filho mais feroz de Marlon Brando, em “O Poderoso Chefão” (1972), James Caan está comemorando seis décadas de carreira em 2021. Semana que vem, ele volta às telas nos EUA com “Queen Bees”, ao lado de Ellen Burstyn e de Ann-Margret, ao lado de um viúvo em busca de paixão, em um asilo. Aos 81 anos, Caan passou décadas a amargar ostracismos e papéis de coadjuvante ruins. Seu último bom trabalho como protagonista foi o comovente drama familiar “Lugares Santos” (“Holy Lands”), lançado aqui apenas na TV. Trata-se de uma reflexão sobre responsabilidade, no universo judeu de Israel e de Nova York, filmada por uma escritora, Amanda Sthers, que se saiu bem, anteriormente, na direção de longas-metragens, ao pilotar a comédia “Madame” (2017), com Rossy De Palma. Em seu novo trabalho, ela põe Caan na pele de um cardiologista que, após perder a fé e o amor de sua mulher (Rosanna Arquette, em grande atuação), decide virar um criador de porcos. Na França, plateias caem no pranto com a atuação dele, aplaudindo-o nas sessões ao fim da projeção, mesmo sem ele estar fisicamente lá.
Na ativa desde 1961, Caan marcou seu nome nas telas encarnando um tipo de galã bruto. Foi indicado ao Oscar por seu desempenho como Sonny, firmando com Francis Ford Coppola uma parceria que vinha de “Caminhos mal traçados” (1968). Os dois voltariam a trabalhar juntos em “Jardins de pedra” (1987). Em 1975, Caan lotou cinemas, como herói, no cult “Rollerball – Gladiadores do futuro”, que faturou US$ 30 milhões nas bilheterias – cifras impressionantes para a época.
“Na década de 1970, a América tirou os olhos do próprio umbigo e foi aprender com a Europa o que era fazer um cinema preocupado com a condição humana, para revolucionar amarras políticas e morais. Nós, que atuamos naquela época, vivemos um período em que cada filme era uma tomada de posição ética, dos diretores e da gente. Daí a força dos filmes da dita Nova Hollywood”, disse Caan, ao P de Pop, em uma de suas recentes (e quase invisíveis) passagens por Cannes, para divulgar o policial “Blood ties” (2013), nunca lançado aqui em circuito, só em DVD.