|
|
Candidato do PSL admitiu que pode faltar a debates na tevê por questão de estratégia eleitoral |
Reunido com deputados eleitos do PSL, ontem, no Rio de Janeiro, o presidenciável Jair Bolsonaro bateu o martelo em relação às indicações para três ministérios de seu governo caso seja eleito. Como era esperado, o deputado Onyx Lorenzoni, do DEM, foi anunciado por Bolsonaro para ocupar a vaga de ministro-chefe da Casa Civil. Além dele, general Augusto Heleno, do PRP, foi confirmado em um futuro comando do Ministério da Defesa, e Paulo Guedes, o guru econômico da campanha, no Ministério da Economia.
Segundo informações obtidas pelo Correio, a confirmação de Heleno no pelotão de frente da equipe de Bolsonaro foi estratégica para a campanha de Bolsonaro. O objetivo é barrar futuras pressões e fazer frente às declarações polêmicas de Hamilton Mourão, vice na chapa, que também é militar. Augusto Heleno significa, para Bolsonaro, um nome categórico. Sinal disso foi o aceno ao general para compor a chapa com o presidenciável do PSL.
Augusto Heleno foi chefe da missão de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, e costuma ser procurado pelo capitão para discutir pautas relacionadas à segurança e às relações exteriores. Também foi comandante militar da Amazônia e chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército. É filiado ao PRP, partido que negou a formação de chapa com o PSL de Bolsonaro. O general comandou a Escola Preparatória de Cadetes em Campinas, foi adido militar na França e na Bélgica e está na reserva desde 2011.
Definido como nome mais adequado para assumir a Casa Civil caso o capitão reformado chegue à Presidência, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), reeleito com 183.518 votos, foi grande aliado do deputado carioca na Câmara e, juntos, atuaram principalmente contra os governos petistas. “Cumprirei o papel que o presidente me der”, afirmou. “Se ele me disser: ‘Vá lá para Câmara, é o que eu vou fazer’”. O parlamentar gaúcho caminha para o quinto mandato na Câmara dos Deputados. Já foi filiado ao PL e ao PFL antes de integrar o DEM.
Bolsonaro evitou identificar outras pessoas que cogita levar para o governo, caso seja eleito. “Ainda não temos nome para outros ministérios, até porque temos de esperar com prudência o dia 28 de outubro, quando poderemos ter a certeza de anunciar os indicados”, afirmou.
Agenda movimentada
Apesar de não ter sido liberado para ir aos debates que ocorreriam amanhã, na Tevê Bandeirantes, e na segunda-feira, na Rede TV!, Bolsonaro concedeu entrevista coletiva e participou da reunião com parlamentares no Rio de Janeiro. Na entrevista, o presidenciável sinalizou que pode faltar a debates por questão de estratégia. “Existe a possibilidade, sim, estratégica (de faltar aos debates)”, disse. Questionado sobre seu opositor, Fernando Haddad, o capitão indagou: “Eu vou debater com o Haddad ou com o Lula? Qual é a autenticidade do Haddad?”
À noite, em entrevista à RedeTV!, Bolsonaro falou em reduzir o número de ministérios e assegurou não ter negociado com legendas para chegar aos nomes escolhidos. “Nunca negociei com nenhum partido, no critério toma lá dá cá. Pretendemos ter 15 ministérios, e o critério de escolha será técnico”, disse. Além disso, prometeu reduzir a carga tributária, defender a imprensa livre e fundir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente.
*Estagiário sob supervisão de Odail Figueiredo