Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão sábado, 31 de agosto de 2019

INFRAESTRUTURA NO BURACO FISCAL

 

Infraestrutura no buraco fiscal

O Brasil continuará empacado, por muitos anos, se depender de investimento federal para crescer, o que reforça a necessidade da participação da iniciativa privada

Notas e Informações, O Estado de S.Paulo

31 de agosto de 2019 | 03h00

O Brasil continuará empacado, por muitos anos, se depender de investimento federal para crescer. Os R$ 49,9 bilhões investidos pelo governo central nos 12 meses até julho foram menos de metade do valor aplicado no período encerrado em julho de 2014, ou R$ 102,7 bilhões. Este foi o pico da série histórica. Calculados a preços de julho de 2019, esses valores foram recém-divulgados pelo Tesouro Nacional. Nos 12 meses findos em julho deste ano o investimento da União correspondeu a 0,71% do Produto Interno Bruto (PIB). No topo, a equivalência foi de 1,34%.

A receita líquida, de R$ 738,80 bilhões, ficou 3,9% acima da contabilizada entre janeiro e julho de 2018, mas foi totalmente consumida, como tem ocorrido há alguns anos, pelos gastos obrigatórios, puxados principalmente pelas despesas previdenciárias. 

 O resultado é um buraco enorme nas contas: em 12 meses o governo central acumulou déficit primário, isto é, sem os juros vencidos, de R$ 118,5 bilhões. O limite fixado para este ano é um déficit primário de R$ 139 bilhões. 

Esses números são calculados e divulgados pelo Tesouro Nacional. O balanço das contas públicas elaborado pelo BC, com critério diferente e amplitude maior, também mostra um quadro muito complicado, com o setor público forçado a conter gastos severamente para se manter nos limites e frear a expansão de uma dívida já excessiva. 

Nos cálculos do BC o resultado é medido como necessidade de financiamento dos entes públicos. As contas abrangem o governo central, os governos estaduais e municipais e parte das empresas federais (sem Petrobrás e Eletrobrás).

Nesse tipo de balanço, o conjunto do setor público teve déficit primário de R$ 2,76 bilhões em julho, de R$ 8,50 bilhões no ano e de R$ 98,94 bilhões em 12 meses. Os números mais feios são normalmente os do governo central, gravemente prejudicados pelos gastos do INSS. Exemplo: neste ano, o Tesouro Nacional e o BC tiveram, somados, superávit primário de R$ 85,03 bilhões, mas o déficit previdenciário de R$ 111,11 bilhões anulou esse resultado e ainda sobrou um buraco de R$ 26,08 bilhões. O desastre das contas primárias foi atenuado por números positivos dos governos subnacionais e das estatais (https://www.bcb.gov.br/estatisticas/estatisticasfiscais). 

Somando ao resultado primário os juros devidos, chega-se ao saldo nominal do setor público em conjunto. O rombo total chegou a R$ 217,11 bilhões em 2019 e a R$ 457,99 bilhões em 12 meses. Esta soma corresponde a 5,29% do Produto Interno Bruto estimado para o período pelo BC. Poucos países – desenvolvidos, emergentes e em desenvolvimento – têm acumulado resultados tão ruins. 

Enquanto isso, a dívida pública aumenta. Para frear esse aumento o setor público precisa de superávit primário, isto é, de uma sobra suficiente para pagar pelo menos uma parte dos juros e deter o efeito de bola de neve. O ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou ao governo prometendo zerar o déficit primário em um ano. Hoje nem o governo espera contas primárias no azul antes de 2022 ou 2023. O presidente Jair Bolsonaro completará seu mandato, portanto, com as contas públicas ainda em condição precária e sem dinheiro para investimentos bancados pelo Tesouro. 

Em julho, a dívida bruta do governo geral, formado pelos três níveis da administração, chegou a R$ 5,54 trilhões, ou 79% do PIB. Em dezembro a proporção ainda era de 77,2%. A dívida continuará a crescer, mesmo com a reforma da Previdência, porque o gasto previdenciário também seguirá aumentando, embora mais devagar. 

Tudo isso reforça os motivos para apressar a participação privada nos investimentos em infraestrutura. Rapidez, nesse caso, é mais um desafio para a administração do presidente Jair Bolsonaro. 


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