Diante dos sectarismos que se agigantam no mundo contemporâneo, fomentando ódios e procedimentos que se imaginavam ultrapassados, uma escritora psicóloga romena, de idade muito avançada e cabeça sempre lúcida, realiza conferências e debates nos quatro cantos do mundo, enaltecendo os ideais democráticos e combatendo o racismo em suas modalidades mais diferenciadas, explícitas e disfarçadas. Ela tinha 19 anos quando os nazistas a levaram, sua família também, da Transilvânia para Auschwitz, obrigando todos a trabalhos forçados até o final do III Reich.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, ela resolveu que dedicaria sua vida a responder questões que lhe seriam feitas sobre Holocausto, ensinando os procedimentos tenebrosos que eram praticados nos criminosos campos de concentração.
Sobre a bandeira de nunca serem esquecidas as atrocidades praticadas pelo III Reich, Hitler e seus comparsas assassinos, ela resolveu escrever um livro que favorecessem uma maior divulgação dos crimes cometidos. E escreveu Perguntas que me fazem sobre o Holocausto, Hédi Fried, São Paulo, Martins Fontes, 2020, 190 p.
Na apresentação feita à edição brasileira, a notável professora Maria Luiza Tucci Carneiro explica: “Através da narrativa que conduz este livro, vamos descobrindo como Hédi Fried dialoga com o passado de injustiças acumuladas ao longo de sua trajetória, ora como jovem estudante, ora como prisioneira de Auschwitz, ora como psicóloga e escritora. Devemos, em qualquer espaço e tempo histórico, lembrar as injustiças e tentar impedir que ocorram novamente, sendo essa uma das mensagens deixadas por Auschwitz.”
No prefácio do livro, escrito em 2018, a autora, uma nascida em 1924, narra a metodologia utilizada em seu livro: “Reuni neste as perguntas mais frequentes que me fazem, para ajudar àqueles que queiram saber mais sobre o Holocausto. Minha esperança é que ele seja lido por jovens de hoje e de amanhã, e que os beneficie.”
Algumas das perguntas selecionadas e respondidas no livro: “Por que vocês não reagiram?”; “O que ajudou você a sobreviver?”; “Como era ficar menstruada?”; “Você foi estuprada?”; “Quando você percebeu que estava ocorrendo um genocídio?”; “Você se encontrou com algum carrasco?”; “Qual é sua visão do futuro?”.
Para quem deseja assimilar mais os acontecimentos terríveis da época, recomendo ainda a leitura de dois livros históricos. O primeiro: A assustadora história do Holocausto, Michael R. Marrus, Rio de Janeiro, Ediouro, 2003, 432 p. No prefácio da edição brasileira, o historiador Fábio Koifman assegura: “Num tempo em que a ignorância dos fatos ajuda a banalizar e a relativizar o Holocausto, a publicação de obras como a de Michael Marrus constitui um benefício fundamental para aqueles que pretendem compreender o maior crime do século XX.”
O segundo texto traz um prefácio de Steven Spielberg e um CD com testemunho de alguns sobreviventes: Holocausto: os eventos e seus impactos sobre pessoas reais, Angela Gluck Wood, Barueri SP, Amarilys, 2013, 192 p. No final, um pequeno glossário esclarecerá o que seja campos de concentração e campos de extermínio, genocídio, gueto, kapo, sionismo, solução final e SS.
Não admiro fascismo, nazismo, comunismo e os outros “ismos” que se postam de democratas, favorecendo apenas uma elite que manda e desmanda, cada vez menos distribuindo renda e cada vez mais usufruindo do bom e do melhor. Sou um socialdemocrata espírita transecumênico, que anseia por um mundo mais fraterno, com terra e trabalho para todos, dignidade e independência, com saúde, renda e vacina, sem discriminações, todos sendo filhos amados de um único Criador.
Sonho? Respondo: Jesus também não sonhou? Foi Ele assassinado, mas muito contribuiu para a Esperança de milhões numa regeneração do todo planetário. Que nos ensinou a fazer nossa parte. Cada um ampliando os talentos herdados dos antepassados.