Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Xico com X, Bizerra com I terça, 01 de setembro de 2020

HOSPITAL ESPERANÇA, APARTAMENTO 217

 

HOSPITAL ESPERANÇA, APARTAMENTO 217

De que me vale o relógio no pulso, se ele não me informa se é dia ou noite. São 9 e 15, diz o apetrecho em meu braço, mas da manhã ou da noite? Não sei. Como também não sei se chove ou faz sol, calor ou frio do lado de fora daquele quarto escuro, cortinas fechadas, na solidão de um apartamento hospitalar. Só sei que as 4 horas que meu relógio marca são da tarde quando a enfermeira chega, pontualmente, para aplicar-me uma injeção subcutânea na barriga, para evitar eventual trombose. Às seis, descubro ser quase noite, quando adentra a responsável pela alimentação, trazendo a sopa, os pãezinhos, um bolo, café e leite para servirem de jantar. O iogurte sobrava todo santo dia e ainda hoje não suporto ver o danado na prateleira do supermercado. Nunca tinha experimentado solidão tão brutal, impedido de receber visitas (Covid é terrível até nisso), totalmente ausente do mundo exterior por 30 dias, sem rádio ou ‘notiça das terra civilizada’. Nunca liguei a TV. Sentia-me acuado, condenado, encarcerado em minha própria solidão. Por outro lado, nunca valorizei tanto a vida depois que tive alta e voltei para casa, curado. Resta-me agradecer a Deus por ter esse COVID bem longe de mim e, num futuro próximo, vê-lo como coisa do passado, não mais presente entre nós. Que os anjos me defendam, e aos que quero bem, da solidão do 217.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:

Dentre os inúmeros defeitos que tenho, não relaciono a ingratidão como tal. E seria um proceder ingrato não registrar o atendimento que recebi do corpo técnico – médicos, enfermeiros e técnicos do Hospital Esperança durante minha estada por lá. A todos, pelo interesse, carinho e competência, e ao pessoal do apoio (copa, hotelaria, limpeza), minha eterna gratidão e agradecimento sincero, por estar vivo e curado.

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