Em meados de 2009 – lá se vão quase 7 anos – e ainda não se falava de Mensalão, Petrolão e Pasadeña com a insistência de hoje, eu já havia me decepcionado com o PT, depositário de meu voto em três oportunidades. Em Janeiro de 2010 publiquei aqui mesmo no JBF o comentário e a música BAIÃO DO SOL ESCONDIDO, em que, por meio de metáforas, mostrava toda a minha decepção com o momento político da época e com toda a lama que viria a emergir até os dias de hoje. Decepção com Lula, com as alianças espúrias do ex-Presidente com os Sarneys, Collors, Renans, Temers e Barbalhos da vida. Decepção com os Dulcídios, Cunhas, Humbertos e tantos outros da mesma camarilha. Pela atualidade do tema e para abraçar amigos que, à época, me condenaram e que hoje, mais que eu, reconhecem a podridão do ambiente político brasileiro, solicitei a reedição da mesma música, pela atualidade do tema.
BAIÃO DO SOL ESCONDIDO
De Ozi dos Palmares e Xico Bizerra
Com Miguel Filho
nos lupanares de uma aldeia sem esquinas
mãos tão malinas escondiam nosso sol
e a consciência da peneira
se agigantou pra que a sujeira
se derramasse feito lama encharcando toda a terra
vendo o boi que ao rebanho anuncia, grita e berra
que todo o pasto se foi e não voltará
nem hoje, talvez nunca mais
a fé que não foi replantada
a lua que não se acendeu
um rio de água tão suja que se desencheu
e a paz, de tão rara, tão pouca
calou-se, de rouca, se foi
e a flor numa roça tão louca, sumiu