O ator e cantor Harry Belafonte, gigante dos direitos civis e do entretenimento que foi inovador nas artes e logo se tornou um ativista, humanitário e consciente do mundo, morreu nesta terça, 25, aos 96 anos.
Amigo de Belafonte, o líder dos direitos civis Andrew Young notaria que ele era a rara pessoa a se tornar mais radical com a idade. Ele estava sempre engajado e inflexível, disposto a enfrentar os segregacionistas do sul, os liberais do norte, os bilionários irmãos Koch e o primeiro presidente negro do país, Barack Obama, a quem Belafonte se lembra de ter pedido para lhe dar “uma folga”.
Belafonte respondeu: “O que te faz pensar que não é isso que tenho feito?”
Belafonte era um grande artista desde os anos 1950. Ele ganhou um prêmio Tony em 1954 por seu papel principal em Almanac, de John Murray Anderson, e cinco anos depois se tornou o primeiro artista negro a ganhar um Emmy pelo especial de TV Tonight with Harry Belafonte.
No auge da segregação racial nos EUA, ainda nos anos 1950, Belafonte se tornou um dos primeiros astros do entretenimento negro a liderar paradas musicais e aparecer em programas de televisão, ao lado de nomes como Louis Armstrong e Ella Fitzgerald.
Acima de tudo, ele era uma estrela da gravação. Seu álbum de 1956 Calypso vendeu mais de 1 milhão de cópias - tornando-o um breve rival de Elvis Presley nas paradas de música pop e gerando interesse mundial na música com sabor caribenho.
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Sua mãe, Melvine Love, foi deixada para cuidar de Harry e de um filho mais novo, Dennis. Ela mudava o sobrenome, eventualmente para Belafonte, para fugir das autoridades de imigração. Ela também fez tentativas de se passar, ao lado dos filhos, como espanhóis ou franceses enquanto se mudavam de um bairro para outro, vivendo o que Belafonte chamaria de “vida clandestina”.
A mãe, que de vez em quando arranjava trabalho como cozinheira, tentava levar o filho nos trabalhos para comer as sobras. A pobreza o “definia”, escreveu ele em suas memórias. Auto descrito como um “desajustado com raiva”, ele disse que provavelmente tinha dislexia não diagnosticada. Largou a educação formal na nona série, passando os dias fugindo de gangues e indo muito ao cinema.
Assistindo ao filme de propaganda da Segunda Guerra Mundial Sahara (1943), Belafonte ficou impressionado com a cena em que Rex Ingram, um ator negro que interpreta um soldado sudanês, sufoca um oficial nazista enfiando o rosto na areia do norte da África. A “cena de vingança foi estimulante”, escreveu. “Nunca tinha visto um filme que mostrasse um personagem negro tão heroico.”
Um dia depois de seu aniversário de 17 anos, ele se alistou na Marinha e logo perdeu as noções românticas de camaradagem militar. Infrações menores o levaram a ficar duas semanas na Prisão Naval em Portsmouth, Virgínia, onde viu prisioneiros de guerra alemães recebendo tratamento melhor. “A injustiça disso me deixou enojado”, escreveu ele, acrescentando que a experiência o “radicalizou” politicamente. / Com Washington Post e agências internacionais
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POSTAGEM DO EDITOR DESTE ALMAMANAQUE
ALGUNS SUCESSOS DE HARRY BELAFONTE:
UNCHAINED MELODY, FOXE
ANGELINA, CALIPSO
HLLELUJAH, I LOVE HER SÓ, CANÇÃO
MATILDA, CALIPSO
BANANA BOAT, CALIPSO