Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão quinta, 04 de abril de 2019

GUEDES EXPLODE NA CCJ

 

Após ser chamado de 'tchutchuca', Guedes explode e sessão da CCJ é encerrada

Primeiro teste de ministro da Economia na Câmara acabou em briga; oposição centrou artilharia em texto de reforma da Previdência 

Adriana Fernandes, Idiana Tomazelli, Lorenna Rodrigues e Renato Onofre, O Estado de S.Paulo

03 de abril de 2019 | 21h17

 

BRASÍLIA - Acabou em briga e troca de palavrões o primeiro teste do ministro da Economia, Paulo Guedes, na audiência pública na Comissão de Constituição de Constituição e Justiça (CCJ) sobre a reforma da Previdência

 O ataque do petista, filho do ex-ministro, José Dirceu, levou à explosão final de Guedes que reagiu com destempero fora do microfone. "Eu não vim aqui para ser desrespeitado, não. (...) tchutchuca é a mãe, é a avó, respeita as pessoas. (...) Isso é ofensa. Eu respeito quem me respeita. Se você não me respeita, não merece meu respeito", afirmou.

Zeca começou as críticas perguntando a razão pela qual Guedes começou as reformas com a da Previdência e não alterações que afetassem os banqueiros.

A partir daí, o clima ficou insustentável e o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), teve que acabar com a audiência.  Sem experiência e com apenas 27 anos, ele não conseguiu conduzir com firmeza a audiência. Por pelo menos outras vezes, a alta tensão e a gritaria dominaram a audiência. 

 

Paulo Guedes
Ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Sergio Lima/AFP

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reagiu depois da sessão. “Chamar um ministro de ‘tchutchuca’ é um absurdo”, afirmou ao Estado. “É péssimo para a Câmara. Paulo Guedes tem dialogado com respeito com o Parlamento”.

Acusado de mentiroso, rentista do mercado financeiro e cruel por querer formar uma "legião de pobres" com a capitalização da Previdência, Guedes partiu para um embate direto com os oposicionistas, com ironias e ataques aos dois governos do PT.  

Um dos momentos mais tensos foi quando os deputados se intrometeram na sua resposta à pergunta do deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) sobre a idade que as empregadas domésticas se aposentam. 

Com fúria, o ministro questionou os parlamentares da oposição: "por que vocês não botaram imposto sobre dividendos, porque deram dinheiro para a JBS?". Se voltando para os parlamentares, Guedes rebateu: "nós estamos há três meses e vocês tiveram 18 anos (de poder) e não tiveram coragem de mudar". 

Houve reação dos deputados atacados por Guedes. Diante da gritaria, Guedes reagiu: "A Casa não está me respeitando. A Casa não me dá o direito de falar".

Guedes foi em frente com as críticas e disse que eram fake news a informação de que no Chile havia muitos suicídios por conta da Previdência.

O bate-boca recomeçou quando Guedes falou que era caso de internação de que quem não via a necessidade de reforma. O que se seguiu foi nova explosão dos deputados. 

No primeiro embate, que levou à queda da Bolsa e alta do dólar, teve como estopim o  sistema de capitalização. Guedes disse aos deputados: "Se quiserem, embarquem seus filhos no avião em que vocês estão e vão acabar como Rio de Janeiro, Minas Gerais".

A fala do ministro foi recebida com aplausos dos parlamentares governistas, enquanto representantes da oposição gritavam "Chile", em alusão aos problemas previdenciários pelos quais passam o país, citado como exemplo de sucesso por Paulo Guedes. "O Chile tem quase o dobro da renda per capita do que o Brasil, acho que a Venezuela está melhor", ironizou.

O ministro então começou um bate-boca com deputados oposicionistas, principalmente com Henrique Fontana (PT-RS), a quem Guedes respondeu: "Deputado, fale mais alto do que eu". 

Com a confusão generalizada - que incluiu deputados homens mandando colegas mulheres "calarem a boca" e outras mulheres saindo em defesa das deputadas atingidas -, Guedes acalmou os ânimos e pediu desculpas. 

"Me aconselharam a não reagir, mas tentei ser atencioso. Sou muito respeitoso. Cometi o erro de interagir. Assim que eu interagi, vocês transformaram em outra coisa", afirmou. "Meu papel é relativamente simples, quem vai julgar são os senhores. Com a maior franqueza, não cabe a mim entrar no debate político. Tenho que dar explicações e não preciso me exaltar, me desculpe".

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acompanhou a sessão em vários momentos num gesto de apoio a Guedes, mas não se intrometeu. O líder do governo, Major Vitor Hugo (PFL-GO) teve uma participação tímida sem defesa contundente.

Com a forte pressão dos deputados, o ministro acabou fazendo um desabafo ao afirmar que pode estar "errando de várias maneiras", mas que procura fazer o melhor. 

Em audiência na Comissão de Constituição (CCJ) da Câmara, Guedes refutou o título de "rentista" dado pelos parlamentares. Ele disse que ao entrar para o governo "sem dúvida" está perdendo financeiramente.

"Eu posso estar errando em várias maneiras. Eu posso estar errado. A única garantia que eu dou é que estou tentando fazer o meu melhor", desabafou.

O ministro cutucou os políticos. Disse que não gostaria de ser chamado de rentista da mesma maneira que não apontava para um deputado dizendo que ele é praticante da velha política. "Eu não classifico ninguém", disse. 

Na defesa do fim dos privilégios, ele aproveitou para cutucar o Legislativo afirmando que os parlamentares têm aposentadorias 20 vezes superior em média a do INSS. Ele destacou que a aposentadoria média dos parlamentares é de R$ 28 mil, enquanto a dos trabalhadores da iniciativa do INSS que recebem pelo INSS é de R$ 1,4 mil.

Um dia após a confusão, o secretário especial adjunto de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, participa nesta quinta-feira, 4, às 9h30 de audiência no mesmo colegiado. A CCJ vai promover um debate com juristas sobre a constitucionalidade da reforma da Previdência. Bianco é procurador federal da AGU.


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