Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sexta, 10 de abril de 2020

GRÁVIDAS EM RIGOROSA QUARENTENA

 

Grávidas em rigorosa quarentena
 
Especialistas recomendam cuidados redobrados para evitar contaminação durante o período de gestação. Mamães devem manter atenção à higienização e ao isolamento domiciliar para minimizar o perigo. Maternidades garantem segurança à saúde

 

» MARIANA MACHADO
» THAÍS UMBELINO

Publicação: 10/04/2020 04:00

Karla e o marido, Gilcimar,  aguardam a chegada de Ariela:  

Karla e o marido, Gilcimar, aguardam a chegada de Ariela: "A primeira vez que ouvi sobre a doença na China, estava com sete meses de gravidez. Nunca imaginei isso no Brasil"

 


Aguardar a chegada de um filho é um momento repleto de amor, mas também de preocupações. Em tempos de coronavírus, gestantes se veem cercada de incertezas a respeito dos riscos que correm e cuidados que devem ter. Mas os especialistas explicam: as futuras mamães seguem as mesmas orientações do restante da população. Com higienização e isolamento domiciliar, minimiza-se o perigo.
 
Grávida há quatro meses, a auxiliar de curso Sthefanne Pacheco, 25 anos, espera a chegada de Pérola, a segunda filha. Enquanto isso, redobrou os cuidados e procura sair de casa apenas quando necessário, como para consultas e exames do pré-natal. Ela trabalha com atendimento ao público em uma universidade e foi a primeira funcionária a trabalhar em home office. Com isso, não precisou mais usar transporte público, espaço por onde circulam muitas pessoas.
 
Em casa, uso contínuo de álcool em gel e, quando é necessário sair para fazer compras, por exemplo, o marido fica encarregado, sempre utilizando máscara de proteção. Como as consultas do pré-natal acontecem uma vez por mês, ela se diz tranquila e consegue tirar dúvidas corriqueiras por mensagens com o médico que a acompanha. “Quando se está gestante, há essa mania de ir à emergência, porque acontece alguma coisa e não se sabe do que se trata. A facilidade de trocar mensagens é ótimo, porque nem é recomendado ir ao hospital agora.”

Sthefanne Pacheco espera pela segunda filha, Pérola: saídas essenciais (Arquivo Pessoal)  

Sthefanne Pacheco espera pela segunda filha, Pérola: saídas essenciais

 

Na expectativa por um parto normal, Sthefanne deve dar à luz em setembro. A dúvida é se o ambiente estará devidamente esterilizado. “Quero pesquisar mais, saber direitinho como a maternidade funciona e se estão tendo acesso aos equipamentos de proteção individual (EPIs)”, relata. “O maior questionamento que eu tenho é o que pode acontecer com a mãe que tenha contraído a Covid-19, e qual impacto tem na gestação, na vida intrauterina do neném.”
 
Ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília, Evaldo Trajano Filho, afirma que a maioria das mães manifestou a mesma dúvida. “Não há nenhum caso registrado de transmissão da mãe para o feto. Existem estudos em cordão umbilical, líquido amniótico e não se conseguiu constatar essa transmissão até o momento.” O médico acredita que, devido aos casos de microcefalia em bebês em decorrência do Zika Vírus, as mulheres estão em alerta.
 
Outra angústia é quanto à limpeza do ambiente hospitalar durante o nascimento. Segundo o médico, o mais recomendável é que a área da maternidade seja exclusiva, sem contato com demais espaços, como o pronto-socorro. Ele enfatiza, ainda, que não se deve optar por partos em casa. “A obstetrícia não pode ser tratada como situação de exceção. Parto domiciliar é difícil, porque, nessa área, a linha entre uma situação normal e uma complicação é muito tênue. Com ou sem pandemia, há uma posição muito clara quanto a isso.”
 
O médico reforça que, embora gestantes não sejam grupo de risco, precisam tomar cuidados. “Obviamente, elas saem mais. Não dá para fazer atendimento a distância, porque a consulta não envolve só ela. É preciso auscultar o feto, medir o diâmetro da barriga. Mas o bom senso é importante. Em laboratórios e clínicas de imagem, pode usar a máscara.”
 
 
Cinco perguntas para
 
Carla Martins, obstetra especialista em reprodução humana assistida
 
Devido à pandemia, quais são os principais cuidados necessários durante o período gestacional?
Apesar de as mulheres grávidas não estarem no grupo de maior risco da doença, a prevenção é o melhor a se fazer. É necessário que os cuidados sejam redobrados. A grávida deve ficar em casa e evitar, ao máximo, contato com outras pessoas. Nesse período, se a gestante precisar de um pré-natal, o médico garantirá a segurança. As consultas devem ser breves e marcadas individualmente, sem que haja pessoas na sala de espera. O número de acompanhantes também deve ser mínimo. Em alguns casos, a telemedicina pode ajudar. Se a gestante apresentar sintomas gripais, a orientação é de que ela procure um pronto-socorro.
 
Existe a possibilidade de a mãe transmitir o coronavírus ao bebê ainda na barriga?
Estudos iniciais revelam que não há transmissão vertical da doença, ou seja, da mãe para o bebê. Até agora, o vírus não foi encontrado em amostras de líquido amniótico ou leite materno em grávidas infectadas. Mas ainda é cedo para dar certeza sobre qualquer informação, pois é um vírus muito novo.
 
Quais cuidados devem ser tomados durante o parto?
A recomendação é de que o parto seja feito em uma sala com todos os cuidados de proteção individual, arejada e com poucas pessoas. Se alguém for assintomático e tiver a Covid-19, pode contaminar o bebê, porque ele vai começar a respirar aquele microambiente contaminado da sala de parto.
 
Como lidar com a amamentação, caso a mãe esteja contaminada pelo coronavírus?
A amamentação é essencial para a nutrição e saúde do bebê. Se a mãe estiver contaminada, há uma possibilidade de passar para o filho durante a alimentação, devido ao contato físico. Para que isso não aconteça, ela deve colher o leite, devidamente protegida (com máscara, luva e uso do álcool em gel) e pedir para que outra pessoa, que não esteja contaminada, ofereça à criança.
 
Há alguma recomendação para mulheres que desejam ser mães nesse período? 
Não é recomendado engravidar nesse momento. A gente não sabe quanto tempo vai ficar de quarentena. A Covid-19 é muito recente, não sabemos ao certo o comportamento dela. A gravidez pode expor o feto e a mãe a uma situação de risco. A Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, por exemplo, recomendou a finalização dos ciclos em andamento, com controles estritos dos pacientes e equipes envolvidas. Com exceção de casos oncológicos e outros em que o adiamento possa causar mais dano ao paciente, não serão iniciados novos procedimentos. Nessas eventualidades, a decisão deverá ser compartilhada e sob rigorosa individualização.

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