Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Pedro Malta - Repentes, Motes e Glosas sábado, 03 de agosto de 2024

GRANDES MESTRES DO REPENTE - 13.10.2023 (POSTAGEM DO COLUNISTA PEDRO MALTA)

Publicado em 13 de outubro de 2023

 

Diniz Vitorino Ferreira, Monteiro-PB (1940-2010)

 

Diniz Vitorino:

Vemos a lua, princesa sideral
Nos deixar encantados e perplexos
Inundando os céus brancos de reflexos
Como um disco dourado de cristal
Face cálida, altiva, lirial
Inspirando canções tenras de amor
Jovem virgem de corpo sedutor
Bem vestida num “robe” embranquecido
De mãos postas num templo colorido
Escutando os sermões do Criador.

Manoel Xudu Sobrinho:

Os astros louros do céu encantador
Quando um nasce brilhando, outro se some
E cada astro brilhante tem um nome
Um tamanho, uma forma, brilho e cor
Lacrimosos vertendo resplendor
Como corpos de pérolas enfeitados
Entre tronos de plumas bem sentados
Vigiando as fortunas majestosas
Que Deus guarda nas torres luminosas
Que flutuam nos paramos azulados.

Lourival Batista Patriota:

Entre o gosto e o desgosto,
o quadro é bem diferente,
ser moço é ser um sol nascente,
ser velho é ser um sol posto,
pelas rugas do meu rosto,
o que fui hoje não sou,
ontem estive, hoje não estou,
que o sol ao nascer fulgura,
mas ao se pôr deixa escura
a parte que iluminou.

* * *

Um cientista profundo
me perguntou certa vez:
se eu conhecia os três
desmantelos deste mundo.
Eu respondi num segundo
e  dei mais a explicação:
Doido, Mulher e Ladrão:
Doido não tem paciência,
Ladrão não tem consciência,
Mulher não tem coração.

* * *

O cantador repentista
em todo ponto de vista,
precisa ser um artista
de fina imaginação,
para dar capricho à arte
e ter nome em toda parte,
honrando o grande estandarte
dos oito pés de quadrão!

* * *

Dimas Batista Patriota:

Deus vê do céu bem visíveis
Nossos íntimos dilemas
Pra Ele não tem problemas
De soluções impossíveis
Desde que são infalíveis
Os atos do grande Ser
Todos têm que obedecer
Rico, pobre, bom ou mau
Não cai a folha de um pau
Sem nosso Deus não querer.

* * *

Fraqueza da humanidade
Alguém dirá, mas não é
Diz a tradição até
Jesus chorou de saudade
Seu coração de bondade
Da Virgem se despedia
Chorava olhando a Maria
Do Horto da Oliveira
A saudade é companheira
De quem não tem companhia.

* * *

Os carinhos de mãe estremecida
Os brinquedos do tempo de criança
O sorriso fugaz de uma esperança
A primeira ilusão de nossa vida
Um adeus que se dá por despedida
O desprezo que a gente não merece
O delírios da lágrima que desce
Nos momentos de angústia e de desgraça
Passa tudo na vida tudo passa
Mas nem tudo que a gente passa, esquece.

Pinto de Monteiro:

Se em janeiro não houver trovoada
Fevereiro não tem sinal de chuva
Não se vê a mudança da saúva
Carregando a família da morada
Só se ouve do povo é a zuada
Pai e mãe, noiva e noivo, genro e nora
Homem treme com a fome, o filho chora
Se arruma e vão tudo para o Rio
O carão que cantava em meu baixio
Teve medo da seca e foi embora.

* * *

Se for acocho de amor,
aceito e fico contente.
Se ela for carinhosa
e me arrochar novamente,
de nove para dez meses
o padre batiza gente!


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