Glosas deste colunista com o mote do poeta Du Leal:
Só quem é sertanejo tem noção
Da riqueza no tempo d’invernada.
O assobio do vento me chamou
D’entre as varas tiradas de um pereiro
Separando os limites do terreiro
Que papai, como cerca, amarrou.
Lá pr’as bandas da serra clareou
Uma tira de luz muito afilada
Precedeu ao senhor “pai da coalhada”
Expulsando no grito a aflição
Só quem é sertanejo tem noção
Da riqueza no tempo d’invernada.
Se o clima seguiu muito abafado
Num instante o calor senti passar
No segundo seguinte ouvi cantar
O encanto da chuva no telhado.
Todo ancho, bastante animado,
Me postei sob a lata arreganhada
Pelos anos já muito enferrujada
E que o tempo mudou-lhe a profissão
Só quem é sertanejo tem noção
Da riqueza no tempo d’invernada.