Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sábado, 30 de maio de 2020

GILBERTO DIMENSTEIN SE ENCANTOU, AOS 63 ANOS DE IDADE

Jornal Impresso

Gilberto Dimenstein, 63 anos

 

Publicação: 30/05/2020 04:00

Dimenstein falou abertamente sobre a batalha pessoal contra um câncer agressivo (Reprodução/Youtuber
)  

Dimenstein falou abertamente sobre a batalha pessoal contra um câncer agressivo

 




De óculos, nos anos 1980, organizando os trabalhos no Correio. Liana Sabo (D) observa (Zileika de Souza/CB/D.A Press
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De óculos, nos anos 1980, organizando os trabalhos no Correio. Liana Sabo (D) observa

 




O jornalista Gilberto Dimenstein morreu ontem, em São Paulo, aos 63 anos. Ele lutava contra um câncer no pâncreas desde agosto de 2019, e teve passagens marcantes por Correio Braziliense, Folha de S.Paulo e CBN. Nos últimos tempos, além do comentário diário na rádio, se dedicava ao site Catraca Livre, até se retirar para dar andamento ao tratamento. Amigos, autoridades e colegas de trabalho prestam homenagens nas redes sociais.

Há poucas semanas, Dimenstein falou sobre a experiência de descobrir a doença. “Câncer é algo que não desejo para ninguém, mas desejo para todos a profundidade que você ganha ao se deparar com o limite da vida. Não queria ter ido embora sem essa experiência”, relatou.

“Grande parte da minha vida foi marcada pelo culto a bobagens: ganhar prêmio, assinar matéria na capa, o tempo todo pensando no próximo furo. É como se estivesse passando por um lugar lindo num trem em alta velocidade, vendo tudo borrado. Quando você tem um câncer (ainda mais como o meu, de metástase e de pâncreas, um tipo muito agressivo), não há alternativa. Ou vive o presente ou sua vida vira um inferno”, ensinou.

Em abril, no meio da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, Dimenstein ganhou destaque na imprensa por abrir mão de 100% dos lucros para evitar demissão de funcionários. “Acho que o exemplo sempre vem de cima”, comentou.

Paulista, nasceu em 28 de agosto de 1956. Se formou em jornalismo pela Fundação Casper Líbero, foi chefe da agência de notícias da Folha, atuou como repórter de vários veículos, como a extinta Última Hora, e foi comentarista da rádio CBN.

No Correio

Dimenstein trabalhou no Correio, no início da década de 1980. Em 12 de outubro de 1983, o jornal publicou, em três línguas (inglês, francês e português), um caderno especial sobre a África. Sob coordenação de Gilberto e dos jornalistas Walter Sotomayor e Liana Sabo, a edição analisava as perspectivas na relação entre Brasil e África. O suplemento foi produzido por ocasião da visita do presidente João Baptista Figueiredo ao continente e distribuído para países como Senegal, Cabo Verde, Nigéria e Argélia.

“Éramos muitos jovens, mas Gilberto tinha a dimensão exata sobre o trabalho que repercutiria em outros continentes, já que a nossa versão foi traduzida para o inglês e francês, e distribuída pelo Itamaraty em seus postos avançados pelo mundo. Era como se conquistássemos leitores mundo afora. Saudades de Dimenstein!”, lembra Sabo, repórter e colunista do Correio.

O jornalista também escreveu e traduziu livros para diferentes idiomas, como A Guerra dos Meninos, A Democracia em Pedaços e O Cidadão de Papel, vencedor do Prêmio Jabuti em 1993, mais importante reconhecimento editorial do país. Em 2007, foi apontado pela revista Época como uma das cem personalidades mais influentes do Brasil.

Em 2008, criou o portal Catraca Livre, com foco em temas culturais, cidadania e educação, e tem forte presença nas redes sociais. No Facebook, somente a página principal do veículo conta com cerca de 10 milhões de seguidores.

Homenagens
Colegas de imprensa usaram as redes sociais para lamentar a morte de Dimenstein. Vera Magalhães, colunista de O Estado de S.Paulo e apresentadora do Roda Viva, da TV Cultura, disse que é “uma perda imensa para o jornalismo brasileiro. Um homem íntegro, inspiração para minha geração, que lutou até o fim contra uma doença cruel. Que descanse em paz e que seus familiares e amigos encontrem conforto naquilo que acreditam e uns nos outros”.

Míriam Leitão, colunista de O Globo, da Globo News e da CBN, comentou: “A perda de Gilberto Dimenstein é gigante para o jornalismo. Ele revolucionou a forma de fazer o nosso ofício. Fez sucesso muito jovem, sempre foi um inteligente analista da vida nacional. Depois foi abrir novas fronteiras como o @catracalivre. Saudades imensas”.

Mônica Waldvogel, comentarista e apresentadora da Globo News, se manifestou: “#RIP Gilberto Dimenstein. Sua contribuição ao jornalismo e ao país é inestimável”. Joel Pinheiro da Fonseca, coluista da Folha, disse que “Gilberto Dimenstein se foi hoje. Um grande nome do jornalismo brasileiro. Descanse em paz”. Já o articulista de O Globo e editor Carlos Andreazza relatou que “não chegamos a nos encontrar, mas estivemos próximos, nos últimos meses, em função de livro — sobre sua experiência com o câncer, que enfrentava com bravura e bom humor — que preparava para mim, encomendado depois de lindo artigo que publicou na Folha”.

O governador de São Paulo, João Doria, também se manifestou: “Lamento profundamente a morte de Gilberto Dimenstein, um dos principais expoentes do jornalismo brasileiro. Inquieto e dinâmico, deu voz a atores antes excluídos do debate nacional. O jornalismo e a sociedade perdem um olhar humanista e solidário”.


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