Morreu nesta terça-feira (12/7), o colunista social, radialista e apresentador, João Gilberto Amaral Soares. Ele tinha 87 anos e estava internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital DF Star, na Asa Sul, após sofrer uma queda em casa. Com uma piora do quadro de saúde, o jornalista não resistiu.
Mineiro de São Sebastião do Paraíso e amigo pessoal de Juscelino Kubitschek — o ex-presidente foi padrinho do casamento de Gilberto e Mara —, o colunista chegou a Brasília antes da inauguração da cidade, convocado pelo então presidente para integrar o grupo de trabalho que cuidaria da transferência da sede do governo federal. Nos primeiros anos da atual capital do país, o jornalista ficou responsável por entregar as chaves dos apartamentos funcionais para os servidores públicos que se mudaram para o Planalto Central.
Desde menino, brincava com os microfones da rádio do pai, José Soares Amaral, na cidade natal e, antes de morar em Brasília, tornou-se cronista reconhecido em Belo Horizonte. Assinou coluna diária no Correio, de 3 de novembro de 1975 a 5 de agosto de 2001, e integrou a equipe da TV Brasília, também do grupo Diários Associados.
A proeminência de Gilberto nos bastidores de Brasília se constatava pela proximidade do jornalista com a maioria dos presidentes da República, desde ditadores militares até civis, além de JK, Fernando Collor de Mello e José Sarney. "Personalidade singular, inteligência rara e grande figura humana. Perco um amigo estreito, um companheiro leal, correto e de virtudes morais e intelectuais invejáveis. Seu desaparecimento é uma grande perda para a sociedade de Brasília", lamentou Sarney.
Em entrevista ao jornalista Irlam Rocha Lima, publicada em junho de 1990 no Correio, o colunista revelou ser uma das primeiras pessoas a saber que o ex-presidente Tancredo Neves não tomaria posse. À época, admitiu se arrepender de não ter dado a notícia em primeira mão pelo jornal.
Os filhos não escondem a emoção ao homenagear o pai: "Apaixonado por Brasília, pela família, pelos amigos e pelo Palmeiras. A trajetória no mundo da comunicação sempre foi o orgulho dele. Eu me sinto honrado por tudo que ele fez", emocionou-se o caçula, Marcelo.
Irmão de Gilberto, Pedro Rogério destacou a caminhada profissional do jornalista. "Era um homem forjado no trabalho e respirou a poeira do cerrado quando nascia a nova capital, da qual se tornaria narrador e personagem. Jamais abandonou a mineiridade, mas, de corpo inteiro, foi um cidadão do mundo", completou.