Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quinta, 02 de maio de 2019

GÊMEAS XIFÓPAGAS TÊM BOA RECUPERAÇÃO

 

Gêmeas têm ótima recuperação
 
 
As siamesas, separadas no último sábado em delicada e bem-sucedida cirurgia no Hospital da Criança de Brasília, completaram 11 meses de vida. O quadro de saúde evolui dentro do esperado e o resultado continua emocionando a todos os envolvidos na operação

 

» HELLEN LEITE

Publicação: 02/05/2019 04:00

 

"Participar dessa cirurgia foi um presente para mim. Ver Lis e Mel bem foi minha realização. Obrigado por isso, meninas" 

Gleydson Rabelo, supervisor de Manutenção do Hospital da Criança

 


A vida das gêmeas siamesas Lis e Mel tem sido de vitórias diárias. A celebração, ontem, foi dos 11 meses de idade, e com boas notícias sobre a recuperação da delicada cirurgia de separação, que ocorreu no último sábado.
 
Após surpreender a equipe médica e acordar antes do previsto, na segunda-feira, Lis já respira sem aparelhos e até ensaiou os primeiros movimentos independentes da irmã, apoiando-se sobre as mãos e os joelhos. Por isso, foi descrita como “mais sapeca” pela equipe. 
 
Mel, por sua vez, continua entubada e sedada para permitir a melhor recuperação do cérebro, mas a evolução dela também é muito positiva. “Examinei a Mel. Ela está muito melhor e mais reativa”, afirmou Márcio Marcelino, neurocirurgião.

 

"Agradeço pelos pensamentos positivos e orações. Têm sido muito importantes essas vibrações para nós" 

Camilla Vieira, mãe das gêmeas

 

Além dos profissionais do Hospital da Criança de Brasília, onde as meninas foram operadas e estão internadas, os pais, Camilla Vieira e Rodrigo Martins, não desgrudam os olhos das gêmeas. O sentimento, contou a mãe ao Correio, é de fé e agradecimento: “Agradeço pelos pensamentos positivos e orações. Têm sido muito importantes essas vibrações para nós”.
 
Se tudo continuar ocorrendo como previsto, Lis e Mel devem deixar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em duas semanas. Há grande expectativa para saber como elas vão reagir e se relacionar após a separação. Quando ainda estavam unidas pela cabeça, as meninas costumavam dormir abraçadas e brincavam de trocar a chupeta uma da outra.
 
Depois da fase inicial de cuidados intensivos, os médicos se dedicarão às cirurgias plásticas para reconstrução óssea e do couro cabeludo das crianças, além de ajudar o desenvolvimento postural e motor das meninas.

 (Carlos Vieira/CB/D.A Press)  
Outro foco da equipe é com o cérebro das gêmeas. Embora a possibilidade seja considerada remota, a equipe vai avaliar se a cirurgia deixou algum tipo de sequela neurológica. “Pode ser que elas tenham um desenvolvimento mais lento, e, se houver alguma sequela, será quase imperceptível”, explica o chefe da equipe de Enfermagem do Hospital da Criança, Carlos Eduardo da Silva.
 
 Torcida
O raro caso das meninas siamesas não tocou apenas os 50 profissionais que fizeram parte do procedimento de separação, mas emocionou e conquistou todo o Hospital da Criança. Mesmo quem tinha funções fora da sala de cirurgia vibrou quando soube que tudo tinha dado certo para as pequenas.
 
José Alfredo Malenha, 50 anos, é um desses personagens de bastidores. Ele foi o responsável por garantir alimentação, transporte, limpeza e lavanderia no dia da cirurgia. Sem expediente no fim de semana, fez questão de trabalhar no dia em que Mel e Lis foram separadas. “Foi pequeno perto dos médicos, mas a gente se sente com a alma renovada. Não arredamos o pé do hospital até finalizar a cirurgia, todos torcemos para que desse certo.” 
 
Quem também fez plantão na porta do centro cirúrgico foram os funcionários da infraestrutura predial, que montou três equipes completas para garantir energia elétrica, água e manutenção durante as 20 horas de cirurgia. “Quando as vi juntas, antes da cirurgia, foi forte demais e chorei ao vê-las separadas. Trabalho há 16 anos em hospital e nunca vivi nada assim”, comenta Márcio Silva Matos, 46, chefe da Infraestrutura.
 
Emocionado, com a voz embargada, Gleydson Rabelo, 38, supervisor da Manutenção, montou um grupo de oração no WhatsApp antes da cirurgia e fez questão de deixar uma mensagem para as meninas. “Participar dessa cirurgia foi um presente para mim. Ver Lis e Mel bem foi minha realização. Obrigado por isso, meninas.”
 
 
 
Entenda o caso
 
Procedimento delicado
 
As gêmeas nasceram com uma condição conhecida no meio médico como craniopagia, ou seja, elas eram unidas pela cabeça. Histórias assim são raras, acontecem uma vez a cada 2,5 milhões de nascimentos. No caso das duas brasilienses, elas estavam unidas pelas testas. 
 
A gemelaridade imperfeita, como é tecnicamente conhecido o caso de gêmeos siameses, acontece uma vez em cada 100 mil nascimentos. É causada por um erro na divisão celular após o 12º dia da concepção em embriões de gêmeos de um único óvulo e um espermatozoide. 
 
As meninas nasceram no Hospital Materno Infantil (Hmib), em junho de 2018. Como o pré-natal indicava que elas eram siamesas, toda uma equipe de profissionais, de diferentes áreas, foi mobilizada para realizar o parto, uma cesariana. Pelo menos 12 médicos acompanharam o caso desde a gestação. 
 
Toda a preparação incluiu reuniões, análise de exames, estudo de outros casos e até a construção de um molde tridimensional da cabeça das crianças. 
 
O principal obstáculo à cirurgia era esperar que elas estivessem fortes o suficiente para passar pelo procedimento cirúrgico. Assim, foram acompanhadas durante os primeiros meses de vida para que ganhassem peso e ficassem prontas. 
 
Finalmente, em 27 de abril, a cirurgia foi realizada com sucesso no Hospital da Criança de Brasília, por uma equipe de 50 profissionais.

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