O Brasil emplacou esta semana sete restaurantes na lista dos melhores da América Latina, ranking promovido anualmente pelo The World’s 50 Best. Mas, nesta edição, que não à toa levou o adendo de “Passado e futuro”, por conta da pandemia, o sistema de seleção mudou, o que alterou os resultados recentes que as casas vêm tendo, já que as mais novas levam desvantagem se forem considerados votos de anos atrás: o critério foi acumulativo, a soma dos últimos oito anos. A seguir, veja pratos para não perder nas melhores casas do país segundo o ranking, que teve restaurantes de São Paulo, Rio e Curitiba.
D.O.M.
De Alex Atala, SP (3º lugar). O cardápio costuma mudar, mas alguns hits não saem de cena. É torcer para ter a salada de cogumelos da reserva dos yanomamis, uma experiência única. Ou as vieiras que chegam com caju e tutano. Tem também o crispy de tapioca com lagostins e as formigas do Alto Solimões, com gostinho de capim-limão. Não custa pouco: para duas pessoas, com menu degustação harmonizado e até sete pratos, pode passar dos R$ 2 mil. Vale muito, tudo. (11) 3081-4599.
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Maní
De Helena Rizzo, SP (7º lugar). Helena foi eleita a melhor chef mulher do mundo em 2014 e, em 2013, seu Maní entrou na lista dos melhores do planeta. No rol dos imperdíveis, estão o polvo na brasa com arroz de chorizo, grão de bico e aioli de açafrão (R$ 115) e o arroz negro com leite de castanha, hommus de castanha e banana da terra (R$ 61). (11) 97473-8994.
Casa do Porco
De Jefferson e Janaina Rueda, SP ( 11º lugar). Na edição The World’s 50 Best deste ano, o espaço foi o único brasileiro da lista mundial, chegando em 17º lugar. Original, com porcos criados soltos na fazenda da família, em São José do Rio Pardo, a casa está estreando cardápio novo. Vale experimentar as novidades, mas não se esqueça do Porco San Zé, assado por até oito horas (R$ 69). A degustação inclui o novo umbigo de porco com azeite de urucum, que é apoteótico. Custa R$ 185, com seis etapas. (11) 3258-2578.
Lasai
De Rafa Costa e Silva, RJ (22º lugar). O chef da casa que já marcou seu lugar entre as melhores do mundo troca sempre as atrações do cardápio-surpresa. Podem vir coisas como a batata-baroa com barriga de porco curada e creme de castanhas, espetacular, e o peixe marinado com couve-flor colorida, romanesco (só vejo ali) e caldo de peixe. Para fechar? Caqui com creme ácido e manjericão. O menu custa R$ 425. Se harmonizado, são mais R$ 250 por pessoa. Dê a si mesmo esse presente. Inesquecível. (21) 3449-1834.
Mocotó
De Rodrigo Oliveira, SP ( 23º lugar). O chef, premiado e televisivo, define sua cozinha como sertaneja. Grave esse nome: favada, a fava amarela cozida lentamente com linguiça, bacon e carne-seca (R$ 33,90). A moqueca vem com caju, banana da terra, maxixe, abóbora, folhas e é servida com arroz e farofa crocante de castanha e coco queimado (R$ 59,90). O café gelado cremoso com grãos do Alto Paranaíba (MG) é para sair cantando. (11) 2951-3056.
Oteque
De Alberto Landgraf, RJ (41º lugar). O sucesso e as premiações do chef e seu Oteque foram meteóricos. Com três anos de abertura, já exibe estrela Michelin. Se tiver que apontar o melhor dali, pulo logo para a sobremesa: a caixinha com caramelos amanteigados puxa-puxa. Mas no menu do chef há sempre gratíssimas surpresas. Ostras servidas com picles de maçã-verde; a lagosta glaceada montada no prato como uma pintura; a garoupa com pinole e uma colherada de ossetra ou a beterraba com porco curado, castanha de caju e um inusitado fermento seco. O menu com oito etapas (e mais café e beliscos) custa R$ 550, sem vinho. (21) 3486-5758.
Manu
De Manu Buffara, PR (49º lugar). Manu colocou Curitiba no mapa gastronômico mundial com a sua cozinha espetacular, onde privilegia insumos e tradições de seu estado. Criações para não perder: a couve-flor com castanha e bottarga; os morangos com algas e a ambrosia de priprioca com sorvete de iogurte e tuille de maracujá. O menu degustação custa R$ 385. Uma experiência e tanto. (41) 3044-4395.