Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sexta, 27 de janeiro de 2023

FUTEBOL: PRESENÇA DE JOGADORES ESTRANGEIROS QUALIFICA O FUTEBOL BRASILEIRO

 

Por Martin Fernandez

 

O uruguaio Luis Suárez comemora gol pelo Grêmio
O uruguaio Luis Suárez comemora gol pelo Grêmio LUCAS UEBEL/GREMIO FBPA
 

Chegou a hora de a CBF rever um ponto específico de seu Regulamento Geral de Competições, para permitir que os clubes inscrevam mais jogadores estrangeiros. Hoje este limite é de cinco, que podem ser distribuídos em qualquer proporção entre os jogadores em campo e no banco de reservas. A última alteração ocorreu em 2013, quando o limite aumentou de três para cinco.

Nos últimos dez anos a situação mudou muito. O Brasil se consolidou como um mercado comprador. Estão aqui os melhores jogadores sul-americanos que não atuam na Europa. O continente que concentra a elite do jogo está saturado, como prova a grande quantidade de jogadores muito jovens que estão voltando ao Brasil depois de alguma experiência por lá (é um absurdo falar em “fracasso”, mas isso é tema para outra coluna).

Assim como aconteceu entre os treinadores, a presença de jogadores estrangeiros qualifica o mercado brasileiro. A reserva de mercado não faz sentido para nenhuma das duas categorias. Luiz Felipe Scolari, que trabalhou em Portugal, Inglaterra e outros países, resumiu bem a situação numa entrevista recente para a Rádio Gaúcha: “Nós saímos do Brasil tantas vezes e tiramos o lugar de tantos, não podemos querer agora cercear o direito de um estrangeiro trabalhar aqui. É bom? Traz. Tanto faz a nacionalidade”.

O Brasil costuma liderar as estatísticas de transferências internacionais e de nacionalidades mais presentes na maior competição de clubes da Europa, a Champions League. O futebol brasileiro produz jogadores em quantidade e qualidade suficientes para poder prescindir dessa reserva de mercado, que cria situações que não deveriam ocorrer.

No último domingo, quando enfrentou o Palmeiras, o São Paulo escalou Ferraresi (Venezuela), Arboleda e Méndez (Equador) e Calleri (Argentina) como titulares, e deixou Orejuela (Colômbia) no banco. Após o jogo, Rogério Ceni explicou que “não conseguiu completar o banco de reservas” porque não podia escalar mais estrangeiros. Ficaram fora Gabriel Neves (Uruguai), Alan Franco e Galoppo (Argentina). O Grêmio, com seis estrangeiros, vai enfrentar situação semelhante.

Mas é preciso adequar as regras ao que o mercado já consolidou como realidade: o Brasil é um destino atraente tanto para jovens promissores como o argentino Fausto Vera (22 anos, Corinthians) quanto para veteranos ultra consagrados como o uruguaio Luis Suárez (36 anos, Grêmio).

É evidente que nada disso significa que os estrangeiros sejam superiores. Ninguém produz jogadores de futebol como o Brasil. Mas a presença de atletas de outros países estimula a concorrência, puxa para cima o nível dos brasileiros. Foi o que aconteceu nas principais ligas europeias, com uma óbvia influência positiva no futebol de seleções desses países. O Brasil já fez esse favor ao resto do mundo. Está na hora de permitir que, pelo menos em parte, esse favor seja devolvido.


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